"Trata-se de uma intervenção urgente e a sua necessidade decorre do facto de ter sido identificado um risco iminente e muito alto de queda de materiais pétreos", revelou hoje à agência Lusa a diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira.
Segundo a responsável, o risco de queda de fragmentos, "sobretudo ao nível dos capitéis de mármore", foi identificado numa monitorização ao monumento realizada em junho, tendo sido reconhecido "um dos fragmentos que se despegou".
"A urgência de termos que intervir foi para evitar, quer a perda irreversível de partes do monumento, quer algum acidente, que, eventualmente, podia vir a ocorrer com o número de pessoas que diariamente circulam" na zona, disse.
As obras são promovidas pela Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen) em articulação com a Câmara de Évora, e arrancaram na sexta-feira, com a montagem de andaimes e do estaleiro, devendo estar concluídas dentro de quatro meses.
"A urgência era da intervenção, mas também do início da montagem dos andaimes", assinalou Ana Paula Amendoeira, indicando que, além da sua habitual função, permitem também "proteger as pessoas que circulam naquela área no caso de haver o desprendimento de algum fragmento".
A mesma responsável reconheceu que "a intervenção é cirúrgica e complexa, mas não é muito cara", referindo que o investimento no projeto de conservação e restauro do monumento "não vai além dos 50 mil euros".
A DRCAlen, adiantou, vai "aproveitar a montagem das estruturas para fazer o mapeamento de todas as patologias do monumento", com o objetivo de "projetar e planear intervenções faseadas de acordo com o que for sendo necessário" para a sua conservação.
A diretora regional pediu ainda "a compreensão das pessoas para o facto de ficarem privadas de usufruírem da visão total e global do monumento", mas notou que "não há outra forma de fazer uma intervenção de restauro com esta dimensão e com esta importância".
Ainda assim, segundo a responsável, está prevista a realização de visitas organizadas que permitam a visita do público mesmo durante as obras.
O Templo Romano de Évora, do século I depois de Cristo (d.C.), único no país e um dos mais notáveis da Península Ibérica, é monumento nacional e está abrangido pela classificação do centro histórico da cidade como Património Mundial, pela Organização das Nações Unidas, para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
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