No evento, totalmente digital, que decorreu nas páginas da Internet da Exame Informática e VISÃO, do grupo Trust in News, foram distinguidas organizações, investigadores, produtos e ‘start-ups’ nas categorias Personalidade, Inovação, Sustentabilidade/Responsabilidade Social, Aplicação/Plataforma, Marca Nacional, Marca Smartphones, Marca Computadores, VOLT – a submarca da Exame Informática dedicada à mobilidade elétrica – e Produto do Ano.
“O júri resolveu atribuir o prémio personalidade do ano a uma investigadora que tem estado na linha da frente da investigação e desenvolvimento do que muitos consideram o santo graal das baterias: os eletrólitos sólidos”, refere a organização do evento, em comunicado.
Maria Helena Braga começou a publicar o seu trabalho sobre a utilização de eletrólitos sólidos de vidro em 2014, numa investigação que a levou a trabalhar com John B. Goodenough, o ‘pai’ das baterias de iões de lítio, laureado com o prémio Nobel da Química em 2019.
De acordo com a organização, já este ano, a professora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto desenvolveu uma bateria que, ao combinar “capacitância negativa e resistência negativa” na mesma célula, permite que esta se auto carregue, aumentando a energia armazenada, em oposição à degradação natural do processo eletroquímico que faz com que a energia armazenada diminua pela dissipação de calor.
“Ou seja, a professora Maria Helena Braga tem sido uma referência internacional em diferentes áreas do desenvolvimento das baterias, tecnologia com potencial para uma relativamente rápida aplicação comercial e industrial”, sustenta.
O júri composto por José Tribolet, presidente do INESC, Pedro Veiga, professor catedrático, Arlindo Oliveira, professor e investigador no Instituto Superior Técnico, e Sérgio Magno, diretor da Exame Informática, considerou que Maria Helena Braga é “um bom exemplo de como a ciência pode ser usada com uma aplicação prática com consequências positivas para a humanidade”.
Entre os restantes premiados, a organização destaca também o trabalho desenvolvido por Pedro Gouveia, cirurgião da Fundação Champalimaud.
Este especialista em cancro da mama concebeu uma solução com tecnologia de realidade aumentada que permite visualizar as lesões tumorais a três dimensões.
Esta técnica substitui os métodos de identificação da zona da lesão, que são invasivos e causam dor, e, além disso, faz aumentar o rigor da cirurgia e elimina a produção de detritos.
A técnica, já publicada num artigo científico, foi utilizada pela primeira vez em janeiro deste ano.
Na categoria Marca Nacional, o prémio foi para a plataforma Tech4Covid19, uma comunidade de mais de cinco mil engenheiros, designers, profissionais de saúde, que decidiram arregaçar as mangas e oferecer o seu engenho e arte no combate ao vírus.
Numa primeira fase, o esforço centrou-se nas questões de saúde, como o fabrico de máscaras, viseiras e ventiladores, mas rapidamente se alargou o apoio ao comércio ou às artes.
A organização salienta que “o espírito colaborativo, que começou num grupo de Whatsapp e saltou para a plataforma ‘online’ Tech4Covid, e ganhou reconhecimento mundo fora”.
A lista com todos os premiados está disponível aqui.
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