A Vidatel Ltd., que detém 25% da Unitel, rebate num comunicado a que a Lusa teve acesso, notícias que dão conta de que a filha do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, teria aproveitado a sua posição acionista na operadora para transferir, sem justificativos, fundos para as contas da Vidatel Ltd. em Portugal.
O dinheiro circularia depois através de contas das entidades Unitel Internacional Holding BV, Athol Limited e Sílaba Real Estate Limited, além das contas de Isabel dos Santos junto do BPI e do Eurobic.
Segundo a Vidatel, “não há nem nunca houve” transferências injustificadas da Unitel para a Vidatel Ltd ou para contas pessoais de Isabel dos Santos, pois as que foram feitas são relativas “a dividendos autorizados pela Assembleia Geral da Unitel e a salários, conforme estipulado em contratos de trabalho e de mandato”.
Garante, por outro lado, que a Unitel SA “tem dívidas para com a Vidatel Ltd cuja existência se deve a razões unicamente imputáveis” à operadora de telecomunicações.
Em causa está a falta de reembolso, em 2016, do empréstimo que a Unitel obteve junto da Vidatel, uma dívida que “está devidamente registada nas contas auditadas da Unitel, certificadas por auditor externo, e reconhecidas e aprovadas pela Assembleia Geral dos acionistas durante vários anos”.
A Vidatel acrescenta que “irá ao abrigo da Lei e do acordo parassocial celebrado entre os vários acionistas da Unitel, efetuar esta clarificação” junto da própria operadora.
A Unitel era, até janeiro deste ano, controlada por quatro acionistas, cada um dos quais com 25%: a PT Ventures (detida pela brasileira Oi), a petrolífera estatal Sonangol, a Vidatel (de Isabel dos Santos) e a Geni (do general Leopoldino “Dino” Fragoso do Nascimento).
A Sonangol procedeu, a 26 de janeiro à compra integral da PT Ventures, por mil milhões de dólares (900 milhões de euros) tornando-se a maior acionista da operadora angolana.
Em dezembro do ano passado Luanda, o tribunal de Luanda decretou o arresto preventivo de contas e participações sociais de Isabel dos Santos, do seu marido Sindika Dokolo, e do seu gestor Mário Filipe Moreira Leite da Silva, ex-presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento de Angola (BFA).
Entre as empresas que foram alvo de arresto das participações inclui-se a Unitel.
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