"O que se decide nas próximas eleições, seja nas legislativas para a República, seja as eleições na Região Autónoma da Madeira, é a eleição de deputados, não o partido que tem mais votos. Aliás, como se viu em 2015, pouco valeu a Passos Coelho e ao PD terem sido os mais votados", disse Jerónimo de Sousa no encerramento do X Congresso Regional do PCP-Madeira que reelegeu Edgar Silva coordenador do partido na região por mais quatro anos.
O dirigente comunista realçou que "aos que andam aí, agitados, a congeminar cenários e especulações sobre sondagens a questionar sobre arranjos futuros" o PCP sugere que "tenham alguma objetividade".
"Ao povo e aos trabalhadores da Madeira o que dizemos é que não se deixem levar por conversas falsas, que não se deixem levar ao engano por quem quer que seja, o PSD, o CDS ou o PS que se preparam para ficar com o voto para prosseguir, com este ou aquele retoque, a mesma política que acumulou ao longo de décadas os problemas conhecidos na região e na República", observou.
Por isso, Jerónimo de Sousa insistiu que o que conta nas próximas eleições "é o número de deputados que cada força política elege", salientando que "quantos mais votos a CDU eleger mais forte fica a defesa do interesse do povo da Madeira, mais pesará na vida política o PCP, mais defendidos ficarão os direitos dos trabalhadores e do povo".
O secretário-geral lembrou, a propósito, a força que cada voto tem na CDU: "Não esqueçamos dessa noite, de há quatro anos, em que a falta de três votos não permitiu a eleição do terceiro deputado da CDU, deputado esse que teria retirado a maioria absoluta ao PSD".
"O que está colocado - continuou - é o de dar força a quem defende uma política alternativa que rompa com as opções da política de direita, que ponha em primeiro lugar os direitos dos trabalhadores e os interesses do povo, ou seja, dar mais força ao PCP e à CDU".
Ainda a propósito, Jerónimo de Sousa aludiu à recente aprovação do último Orçamento do Estado desta legislatura para exemplificar e demonstrar que há outros caminhos e soluções para os problemas do país e da região.
"Acabou de ser aprovado o último Orçamento do Estado desta legislatura que permitiu inverter a intensificação da exploração e liquidação de direitos que o PSD e o CDS tinham em curso e projetavam ampliar mas não foram só estes dois partidos que foram derrotados, com eles foi desmentida a ideia de que ao país apenas restava o caminho da exploração e empobrecimento dos trabalhadores e do povo", referiu
"Afinal - acrescentou - repor e conquistar direitos afirmou-se como um fator de crescimento económico e de elevação das condições de vida, limitado, insuficiente, é verdade, porque as respostas aos problemas que o país enfrenta não é compatível com os constrangimentos que o Governo do PS impõe a partir das suas opções e compromissos com o grande capital, com o Euro e a União Europeia".
Edgar Silva, reeleito por unanimidade coordenador regional do PCP no X Congresso Regional do partido, reiterou que "não basta" mudar os protagonistas - Miguel Albuquerque [PSD] por Paulo Cafôfo [candidato do PS à presidência do Governo Regional em 2019] - no "comando da política de direita", mas "é preciso uma política alternativa".
"Deste Congresso saímos mais fortes, mais coesos, unidos em bem preparados para as novas batalhas", declarou.
Edgar Freitas Gomes da Silva é coordenador do PCP/Madeira desde 1999 e pertence ao Comité Central do PCP desde 2000.
Em 2016, foi o candidato dos comunistas à Presidência da República, o que o levou a suspender o mandato como deputado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, onde tinha assento desde 1996.
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