“Nunca equacionei qualquer carreira política ao nível nacional ou outro”, respondeu Carlos Alexandre numa declaração escrita enviada à agência Lusa.
“Confirmo que tenho sido abordado por individualidades da nossa vida democrática no sentido supra apontado [candidatura às europeias], tendo referido não estar no meu horizonte pessoal qualquer intervenção política que, aliás, me está vedada, em decorrência do Estatuto dos Magistrados Judiciais”, justificou o juiz.
O Nós, Cidadãos! tinha desafiado hoje o juiz Carlos Alexandre a ser o cabeça de lista do partido às próximas eleições europeias de maio através de um comunicado colocado no seu ‘site’.
“Como garantia de uma liderança firme e respeitada, que o seu passado amplamente lhe confere, (…) vem o Nós, Cidadãos! apelar ao juiz Carlos Alexandre para que encabece a lista de deputados de uma candidatura de cidadãos ao Parlamento Europeu”, afirma no comunicado.
O partido afirma que a escolha de Carlos Alexandre foi feita “após um longo diálogo e contactos que ainda prosseguem com movimentos cívicos de todo o continente, Regiões Autónomas e Portugueses da Lusofonia, com representantes da sociedade civil, do patronato e dos sindicatos, com um ex-Presidente da República e ex-candidatos presidenciais”.
Carlos Alexandre salientou: “Sinto-me honrado pelo apelo que vem da sociedade civil e que estou certo não pretende qualquer aproveitamento do meu nome e imagem o qual, na eventualidade, repudio”.
A terminar a declaração, o juiz refere ainda que “nada mais tenho a comentar ou a declarar a este propósito”.
O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre (56 anos) tornou-se conhecido após ter decretado a prisão preventiva de personalidades como o ex-primeiro-ministro José Sócrates ou do banqueiro Ricardo Salgado, sendo chamado de “superjuiz”.
As eleições para o Parlamento Europeu estão marcadas para o próximo dia 26 de maio e já são conhecidos os cabeças de lista João Ferreira (eurodeputado, CDU), Nuno Melo (eurodeputado, CDS-PP), Marisa Matias (eurodeputado, BE), Paulo Sande (assessor do Presidente da República, Aliança) e Francisco Guerreiro (assessor parlamentar, PAN).
O Nós, Cidadãos! é dirigido por Mendo Henriques e foi reconhecido como partido pelo Tribunal Constitucional em 23 de março de 2015. Nesse ano, concorreu às eleições legislativas e obteve 22.439 votos (0,4%), o que não lhe permitiu eleger qualquer deputado.
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