O candidato do Partido dos Trabalhadores salientou a importância deste 30 de outubro, dia em que se disputam a segunda volta das eleições brasileiras, dizendo que hoje o povo brasileiro está a definir, acima de tudo, "o modelo de vida quer ter".

"Hoje é possivelmente o dia 30 de outubro mais importante da minha vida. E acho que é um dia muito importante também para o povo brasileiro, que está definindo o roteiro de Brasil e de organização social que deseja. O povo esta definindo hoje o modelo de vida que quer", começou por dizer Lula da Silva.

"Eu estou convencido que o povo brasileiro vai votar num projeto em que a democracia seja vencedora, em que a participação popular na definição das políticas publicas seja vencedora, e em que podemos resgatar as pessoas que estão como fome e na rua", disse.

Estas pessoas, continuou, precisam de ser "inseridas numa sociedade civilizada, em que possam tomar café, almoçar e jantar, trabalhar, ter um salário, acesso à cultura e ao lazer". Isto é, reiterou, dando-lhes a possibilidade de "viverem com cidadania e com toda a decência a que cidadania obriga".

"Este pais já tinha que chegado lá e, lamentavelmente, andou para trás. Nós estamos a fazê-lo andar para a frente outra vez. E não apenas para parte da sociedade, mas para toda a sociedade. Somos nós, as pessoas que trabalham, que estudam, que tem que estender a mão para trazer junto connosco as pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que nós. E são milhões que estão à espera. Este será um dia 30 de outubro muito especial para a história futura do nosso país", concluiu.

Já na fase das perguntas, Lula insistiu que o país que deseja é um "Brasil civilizado, onde as pessoas se respeitam" e que não "existe separado do resto da América do Sul", firmando assim o seu compromisso com as relações bilaterais entre o Brasil e os seus vizinhos.

Na primeira volta das eleições realizadas em 02 de outubro, Lula também era o principal favorito e venceu mesmo a primeira com 48,4%. Contudo, as sondagens não descortinam a força de Jair Bolsonaro que acabou com 43,2%.

Em causa nestas eleições estão duas personalidades antagónicas que dividiram o país em dois numa polarização nunca antes vista na sociedade brasileira.

Para além das eleições presidenciais há também segunda volta para escolher governadores dos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo, o maior colégio eleitoral do país com 34 milhões de eleitores e que põe frente a frente o candidato apoiado por Lula, Fernando Haddad, e o apoiado por Bolsonaro, Tarcísio de Freitas.

Em oito cidades do país os eleitores escolhem ainda os novos prefeitos e vice-prefeitos.

O voto é obrigatório para todos os brasileiros alfabetizados, entre 18 e 70 anos e facultativo para quem tem entre 16 e 18 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos.

*Com Lusa