Apesar de melhorias na qualidade da água de muitos rios, lagos e águas costeiras e subterrâneas há ameaças à qualidade a longo prazo, como a contaminação, a construção de estruturas como barragens, ou a extração excessiva, indica o documento.
Com o título “Águas europeias: avaliação do estado e das pressões 2018”, o relatório indica que os estados membros da União Europeia (UE) fizeram “esforços notáveis” na melhoria da qualidade da água, aperfeiçoando o tratamento das águas residuais e reduzindo a contaminação pela agricultura, facilitando as migrações de peixes e restaurando sistemas ecológicos degradados.
Mas se o documento diz que a maioria das massas de água subterrânea está em boas condições, alerta também que apenas 40% dos lagos, rios, estuários e águas costeiras vigiadas alcançaram o estado ecológico de “bom” ou “muito bom”, de acordo com a diretiva-quadro da água da UE, no período 2010-2015.
No mapa da Europa, Portugal aparece bem posicionado em termos gerais. Na Península Ibérica a água com mais qualidade é em todo o norte, da Galiza à fronteira com França, com Portugal a apresentar a melhor água também no norte do país e no Algarve, sendo o interior sul a pior região.
Na qualidade das águas subterrâneas, Portugal está no grupo dos países onde a qualidade oscila entre os 75% e os 100%. Apenas seis países atingiram a qualidade 100%. Quanto à qualidade química das bacias hidrográficas, Portugal está também no topo em termos de qualidade, em contraste com os países da Europa central.
Em termos gerais, o norte da Escandinávia, o norte do Reino Unido (Escócia) e a Estónia, Eslováquia e Roménia, bem como várias bacias hidrográficas da região mediterrânica são as que apresentam mais massas de água superficial com muita qualidade, em contraste com os piores resultados de bacias hidrográficas da Europa central, com mais densidade populacional e agricultura mais intensiva.
De todos os lagos, rios e outras massas de água superficiais vigiadas da Europa, apenas 38% apresenta bom estado químico, com concentrações de contaminantes que não ultrapassam as normas de qualidade da UE. Na maioria dos Estados, o principal contaminante é o mercúrio, havendo também cádmio, que é utilizado, por exemplo, em fertilizantes.
As principais pressões sobre a qualidade da água estão nas estruturas como as represas, os transvases e a recuperação de terras, a contaminação por fontes difusas, como a resultante do tratamento de terrenos agrícolas, e a contaminação por fontes pontuais, como a descarga de águas residuais. Os principais efeitos são o aumento de nutrientes, a contaminação química e a alteração de habitats.
A avaliação da água, a segunda que realiza a AEMA desde 2012, examina o controlo de salubridade de mais de 130.000 massas de água superficial e subterrânea vigiadas pelos Estados membros da UE.
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