“[…] Mais de 92% dos senhorios inquiridos acreditam que o Governo vai voltar a impedir que as rendas sejam atualizadas nos termos da lei", indicou, em comunicado, a associação, acrescentando que, em 2024, "será seguramente superior a 7%”.

Quase metade dos proprietários defendeu que, se o Governo voltar a intervir nesta matéria, “irá fazer uma reflexão sobre a sua continuidade neste mercado”.

Por sua vez, 42,4% disse que a sua confiança ficará abalada, mas “já estão habituados a este tipo de arbitrariedades”.

Ainda no que se refere à atualização das rendas, 5% utilizam outras formas como coeficientes percentuais ou aumentos pré-estabelecidos, enquanto menos de 1% têm contratos de arrendamento de curta duração não renováveis.

Para 37% dos proprietários, as perdas de rendimentos e absorção do impacto da inflação não devem recair sobre eles, pelo segundo ano consecutivo.

Assim, defendem que deve ser o Governo a conceder subsídios aos inquilinos carenciados “que não consigam suportar os aumentos da inflação legal sobre o valor da sua renda”.

De acordo com a mesma nota, 19,4% dos inquiridos consideram que o Governo deve sentar-se à mesa com os representantes dos proprietários e inquilinos para estabelecer um acordo sobre a atualização das rendas para 2024.

A solução do crédito fiscal, a atribuir aos senhorios, para as perdas pode ser mantida para 16% dos proprietários e 14,2% sugerem um crédito fiscal idêntico em sede de IRS para os inquilinos para compensar o aumento da renda pela inflação.

“A atualização das rendas para 2024 é mais uma incerteza que paira no arrendamento […]. Milhares de senhorios portugueses foram os únicos agentes económicos que sofreram fixação de preços e só vão ser ressarcidos parcialmente do brutal aumento do custo de vida de 2023 no IRS de 2024, com o crédito fiscal anunciado que, como a ALP denunciou, não cobre integralmente as perdas”, afirmou, citado na mesma nota, o presidente da associação Luís Meneses Leitão.

Este inquérito contou com as respostas de 250 senhorios.