Em declarações à Lusa, Monteiro criticou o Governo por ter anunciado que, nesta matéria, seguirá as recomendações técnicas do Conselho Nacional de Saúde Pública, argumentando existe hoje um ambiente de instabilidade que se vive nas escolas e nas universidades portuguesas devido ao surto.
“Trata-se de uma decisão política. Do Governo. E, quanto a mim, não são os técnicos que devem tomar decisões políticas”, afirmou, acrescentando que deveriam ser tomadas mais medidas de prevenção e “mais musculadas”, perante uma situação que, na sua leitura, é já de “alarme social” no país.
Manuel Monteiro, que é professor universitário, sublinhou que, desta forma, “em vez de se serem tomadas medidas drásticas de prevenção, se tomem medidas drásticas de reacção”.
Num debate no parlamento, na quarta-feira, sobre as prioridades da presidência do Conselho da União Europeia e a participação de Portugal na Cooperação Estruturada Permanente, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, apelou para que não se faça do novo coronavírus “uma oportunidade para combate político” e “muito menos para desgaste político do Governo”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença Covid-19 como pandemia na quarta-feira, justificando a decisão com "níveis alarmantes de propagação e de inação".
A pandemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.
Em Portugal, a Direção Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78.
O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.
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