Com a recuperação do país pós-pandemia em vista, Marcelo Rebelo de Sousa quer manter uma vigilância mais apertada sobre a gestão dos milhões da "bazuca" que virão de Bruxelas.

Assim, a equipa agora escolhida pelo Presidente da República, que não é necessariamente uma equipa para todo o mandato, mas, para já, foi pensada para os próximos dois anos. “Há vários mandatos dentro deste mandato”, afirma Marcelo, que se pretende focar numa agenda com visão de futuro.

Tendo como grande objetivo o “desenvolvimento sustentável do país”, a Casa Civil do Presidente da República passará a funcionar num modelo de três eixos: Desenvolvimento Institucional Sustentável, Desenvolvimento Humano e Social Sustentável e Desenvolvimento Económico Sustentável.

“O novo Quadro Comunitário de Apoio e a execução do Plano de Recuperação e Resiliência vão obrigar a um acompanhamento muito próximo”, explicou, ao Expresso, Marcelo Rebelo de Sousa, dias antes de tomar posse para este segundo mandato.

Já em julho, Marcelo tinha avisado que o “dinheiro é de todos” e que “há duas maneiras de o utilizar: uma é olhar para o dia seguinte, a outra é olhar para o país que queremos construir para daqui a 3, 5, 10, 15 anos”.

Num mandato que se afigura “muito mais exigente do que o primeiro, algumas áreas terão cobertura reforçada.

Em primeiro lugar, a luta “contra a crise” e “contra a pandemia” e o Plano de Recuperação e Resiliência têm lugar de destaque na atenção do Presidente. No entanto, não ficam esquecidas a “luta contra a corrupção, a igualdade de oportunidades e não discriminação, a integração e inclusão sociais, o investimento e empreendedorismo, a ciência e inovação, o diálogo intergeracional, o digital, o clima e o ambiente, os recursos hídricos e marítimos e a economia verde”.

Para a sua renovada Casa Civil, Marcelo Rebelo de Sousa escolheu, assim, um especialista em política internacional como seu principal conselheiro político. Bernardo Pires de Lima, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), vai liderar a agora denominada Área Estratégica e Prospetiva.

Para além disto, com o mote de espelhar “a diversidade da sociedade portuguesa de hoje”, a Casa Civil passa a incluir 62% de mulheres e 38% de homens, sendo que a idade média baixa de 51 para 46 anos.

Foram escolhidas duas mulheres de origem africana. Djaimilia Pereira de Almeida, escritora portuguesa nascida em Angola, para consultora nos temas da Integração e Inclusão Social, e Patrícia Pereira, major da GNR, para a Casa Militar do Presidente da República.

Entre os novos nomes femininos estão Rita Saias, atual presidente do Conselho Nacional da Juventude e Maria José Policarpo, que integrou o gabinete de Luís Filipe Pereira (ex-ministro do PSD) quando este presidiu ao Conselho Económico e Social.

Também duas antigas deputadas do PSD e do CDS, Inês Domingos e Patrícia Fonseca, entram nesta nova lista, tal como a atual embaixadora de Portugal em Moçambique, Amélia Paiva, que vai dirigir a Assessoria Diplomática. Já a astrobióloga Zita Martins e a médica Isabel Aldir, diretora do Programa Nacional contra o VIH e a Tuberculose, estarão a cargo da Ciência.

Da equipa presidencial que vem do primeiro mandato transitam, ainda assim, bastantes personalidades, como é o caso de Fernando Frutuoso de Melo, que chefiou a Casa Civil do Presidente da República desde o início.

Os assessores Isabel Alçada (Educação), Pedro Mexia (Cultura), Maria João Ruela (Assuntos Sociais), Hélder Reis (Assuntos Financeiros e Orçamentais), Gonçalo Matias e Ricardo Camossa (Assuntos Jurídicos) e Nuno Sampaio (Assuntos Políticos) permanecem também em funções, mas passam a denominar-se “consultores”.

Na assessoria de imprensa sai o jornalista Paulo Magalhães, mas mantêm-se Ricardo Branco e Duarte Vaz Pinto.

Para chefe da Casa Militar, Marcelo Rebelo de Sousa escolheu o vice-almirante Luís Carlos de Sousa Pereira. Depois de um representante da Força Aérea e um do Exército, será agora a vez da Armada, passando Marcelo a ser o único Presidente da República que entregou o cargo aos três ramos das Forças Armadas.

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