“Houve um princípio de entendimento para uma base de trabalho com o objetivo para se tentar ultrapassar os problemas”, informou a administração do Hospital Garcia de Orta, no distrito de Setúbal.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, João Araújo Correia, revelou que “foi abandonada a ideia de retirar cirurgia geral da presença física no serviço de urgência, o que iria sobrecarregar ainda mais a medicina interna, que atende grande parte dos doentes no serviço de urgência”.
“Neste momento, existe um ambiente mais distendido que permite trabalhar na procura de soluções para outros problemas da urgência”, acrescentou João Araújo Correia, salientando que, não obstante haver agora esse clima de maior abertura das partes, os “chefes de equipa ainda não retiraram os pedidos de demissão”.
“A principal questão – retirada da cirurgia geral da presença física no serviço de urgência – está resolvida, mas há outras questões organizacionais que têm de ser resolvidas”, sublinhou.
Segundo a Sociedade portuguesa de Medicina Interna, a alegada retirada da cirurgia geral da presença física no serviço de urgência tinha sido um dos motivos do pedido de demissão dos chefes de equipa da urgência no passado dia 12 de setembro, mas essa informação foi negada no dia seguinte, em 13 de setembro, pelo diretor clínico do hospital.
“Nunca esteve em cima da mesa e em momento algum a direção clínica ou a administração deram indicações para a cirurgia geral deixar de ter presença física nas 24 horas do serviço de urgência na composição das escalas”, disse, na altura, o responsável clínico da unidade.
Pelo menos para já, há um novo clima de entendimento no hospital, com reuniões de trabalho entre a direção clínica e os médicos demissionários, tendo em vista a solução de diversas questões relacionadas com o serviço de urgência daquela unidade hospitalar de referência na margem sul do Tejo.
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