De acordo com uma resolução do Conselho de Ministros de 02 de novembro, publicada hoje em Diário da República (DR), “é agora necessário atualizar a estimativa do custo e a linha BRT Boavista-Império” para 76 milhões de euros.

“O montante de (euro) 66.000.000,00 para a linha de BRT Boavista-Império teve por base uma estimativa elaborada em 2020, a qual foi suportada em estudos e rácios correntes para este tipo de obra”, refere a resolução assinada pelo primeiro-ministro, António Costa, ainda antes de pedir a demissão.

Segundo o Governo, “após setembro de 2020, assistiu-se a um expressivo aumento dos custos de mão de obra, das matérias-primas, dos materiais de construção e, não menos significativo, um aumento de custo dos combustíveis e da energia, que impactam diretamente no valor global da estimativa da obra”.

Em causa estão fenómenos derivados da “situação excecional nas cadeias de abastecimento, da pandemia da covid-19, da crise global de energia e dos efeitos resultantes da guerra na Ucrânia”.

Inicialmente, o projeto do ‘metrobus’ estava previsto apenas até à Praça do Império, mas como o valor da adjudicação (25 milhões de euros) ficou abaixo dos 66 milhões de euros, o Governo decidiu fazer uma extensão do serviço até à Praça Cidade do Salvador, conhecida como Anémona, em Matosinhos.

Além disso, “verificou-se que o concurso público internacional para o fornecimento e manutenção de veículos BRT, infraestruturas de produção de hidrogénio verde e de energia elétrica de fonte renovável, culminou com a exclusão de todas as propostas recebidas, pelo que houve necessidade de preparar novo concurso”.

O novo procedimento, lançado em julho, teve um preço base de 27,48 milhões de euros, mas as “propostas válidas ficaram acima desse valor”.

Os veículos do serviço, semelhantes aos do metro convencional, serão construídos pelo consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar, num contrato adjudicado por 29,5 milhões de euros.

O novo serviço da Metro do Porto ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) em 2024, com recurso a autocarros a hidrogénio, circulando em via dedicada na Avenida da Boavista e em convivência com os automóveis na Avenida Marechal Gomes da Costa.

O investimento inicialmente previsto para o ‘metrobus’, de 66 milhões de euros, é totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), valores sem IVA, e os 10 milhões remanescentes poderão ser também financiados pelo PRR, pelo Fundo Ambiental ou pelo Orçamento do Estado.

As obras arrancaram no final de janeiro, estando previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).