Michel Temer condenou a ação dos polícias militares no estado de Espírito Santo devido à crise que representou para a segurança pública, considerando a paralisação “ilegal” e “inaceitável”, naquele que foi o seu primeiro comentário oficial sobre o incidente.

O governo do estado brasileiro de Espírito Santo e os representantes da Polícia Militar alcançaram, na sexta-feira, um acordo que estabelece que a greve termina às 07:00 de hoje (09:00 de Lisboa), hora em que “regressam à atividade”, segundo anunciou o secretário dos Direitos Humanos de Espírito Santo, Júlio César Pompeu, em conferência de imprensa.

“O Presidente Michel Temer acompanha, desde os primeiros momentos, todos os factos relacionados com a segurança pública no Espírito Santo. Condena a paralisação ilegal da polícia militar que atemoriza o povo capixaba. Ao saber da situação, determinou o imediato envio de dois mil homens para reestabelecer a lei e a ordem no Estado”, refere a nota da Presidência da República.

Michel Temer afirma ainda que o direito à reivindicação “não pode tornar o povo brasileiro refém”, sustentando que “o estado de direito não permite esse tipo de comportamento inaceitável”.

Os polícias reivindicam aumentos salariais e melhoria nas condições de trabalho e como a lei os impede de organizar greves foram os seus familiares e amigos que, defronte de quarteis e esquadras, os impediram de sair para patrulhar as ruas.

Segundo a ata da reunião entre as partes, divulgada pelo portal G1, o acordo é extensível a “todas as unidades em todo o Estado de Espírito Santo”.

No documento, o governo compromete-se a criar uma comissão para estudar a “carga horária de trabalho dos polícias e bombeiros militares”, com um prazo máximo de 60 dias para apresentar resultados.

A greve dos polícias do estado de Espírito Santo, sudeste do Brasil, começou no último sábado e, desde então, uma onda de saques a lojas, supermercados, assaltos e tiroteios foram registados em larga escala em diversas cidades, inclusive na capital Vitória, onde os serviços de transporte, bancos, postos de saúde e escolas permanecem fechados

Segundo informações do Sindicato dos Polícias Civis do Espírito Santo (Sindipol), 121 pessoas foram mortas durante a paralisação.