A criação de plataformas de desembarque regionais de migrantes e de centros controlados nos Estados-membros bem como o reforço do controlo das fronteiras externas são os pontos principais do acordo sobre migrações hoje alcançado no Conselho Europeu, em Bruxelas.

"Nós entendemos que Portugal deveria ter vetado este acordo do Conselho Europeu, teria a obrigação de o não o fazer e a autoridade política e moral para o fazer. Ao não o fazer, vincula Portugal a um acordo que tem na satisfação dos governos de Orbán e de Salvini o seu pagamento mais sórdido", sustentou o deputado do BE José Manuel Pureza, em declarações aos jornalistas no parlamento.

Na opinião do deputado bloquista, "sob o pretexto de travar a extrema-direita, os governos europeus aplicam a política da extrema-direita". Pureza concluiu, por isso, que este acordo foi "um ato profundamente errado do Governo" português.

"Portugal não deve agora branquear as decisões que foram tomadas, deve acentuar e reforçar a sua política de acolhimento seja de candidatos a proteção internacional seja de imigrantes e não deve em nenhuma circunstância aceitar criar campos de detenção no interior do nosso território", apelou José Manuel Pureza.

Para o BE, "as decisões saídas do Conselho Europeu são, por um lado, o revigoramento do acordo com a Turquia, em segundo lugar, a criação de campos de detenção no Norte de África e em terceiro lugar a criação de campos de detenção nos próprios estados-membros que se ofereçam para esse efeito".