“Defenderemos o islão com o nosso sangue”, gritaram os manifestantes, homens e mulheres, empunhando o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos.
Os manifestantes responderam ao apelo de um coletivo, autointitulado Coordenação Nacional para Defender o Alcorão e a Constituição, que agrega representantes religiosos e universitários e personalidades pró-islamitas.
“Vimos defender os princípios da nossa religião”, disse Dorra Farrah, uma manifestante de 22 anos, em declarações à agência AFP.
“Querem mudar os pilares do islão”, protestou Mokhtar Abderrahman, manifestante de 60 anos.
Em junho, a Comissão para as Liberdades Individuais e a Igualdade, formada há um ano pelo Presidente Beji Caid Essebsi, propôs uma série de reformas para verter para as leis a igualdade inscrita na Constituição desde 2014.
Entre as propostas está a igualdade de direitos na herança para mulheres e homens, enquanto a lei atual, apoiada no Alcorão, prevê que um homem herde o dobro da mulher com o mesmo nível de parentesco.
Após meses de encontros com a sociedade civil e os partidos políticos, a comissão propôs igualmente a despenalização da homossexualidade e a abolição da pena de morte, reformas saudadas pelos defensores dos direitos humanos.
A comissão garante que as propostas não colidem com “a essência do islão”.
Para segunda-feira, está prevista uma manifestação a favor das reformas propostas, igualmente em Tunes, após o discurso do Presidente tunisino a propósito do Dia da Mulher.
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