“Junto-me a eles para reiterar o meu apelo ao Congresso: façam alguma coisa”, escreveu o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, numa mensagem no Twitter, apoiando as manifestações previstas para hoje em várias cidades norte-americanas.
No mais recente e mediático caso, um aluno de 18 anos, munido de uma arma de assalto, matou 19 alunos e duas professoras numa escola primária em Uvualde, perto da fronteira com o México, e uns dias antes, um supremacista branco, também de 18 anos, matou dez pessoas negras em Buffalo, no nordeste do país.
Estes últimos massacres, para além de outros centenas de tiroteios que não chegam aos noticiários, suscitaram novos apelos de aumento do controlo da regulamentação de acesso às armas.
“É tempo de voltar às ruas”, defende a organização ‘Marcha pelas Nossas Vidas’, o movimento fundado pelas vítimas e sobreviventes do tiroteio do liceu Parkland, na Florida, que já tinha organizado uma enorme manifestação em Washington na sequência do tiroteio de março de 2018.
As primeiras centenas de manifestantes chegaram aos pés do enorme símbolo do obelisco da capital americana, com um dos presentes a levar uma placa com uma espingarda de assalto, com as palavras “Child Killer” escritas a vermelho por baixo.
No relvado, foram colocados milhares de vasos com flores brancas e laranjas, representando o aumento da violência no país desde 2020, quando 45.222 pessoas foram mortas por armas de fogo, segundo a associação Giffords.
Joe Biden tem repetidamente prometido tomar medidas contra este flagelo que os sucessivos governos não têm sido capazes de refrear, mas num país em que quase um em cada três adultos possui pelo menos uma arma de fogo, os conservadores têm-se oposto a qualquer medida, argumentando que isso iria tolher os direitos dos “cidadãos cumpridores da lei”, de acordo com a reportagem da agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
A Câmara dos Representantes votou na quarta-feira uma lei que proíbe a venda de espingardas semiautomáticas aos menores de 21 anos e de carregadores de alta velocidade, entre outras coisas, mas a lei tem poucas hipóteses de ser confirmada no Senado, onde é preciso que dez conservadores quebrem fileiras e se juntem aos democratas.
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