“Não excluo a possibilidade de haver uma intervenção que altere as atuais condições em que esse tribunal opera”, afirmou Francisca Van Dunem, em entrevista à TVI 24, acrescentando que a proposta do presidente STJ “deve ser analisada”.
Segundo a ministra, o problema do TCIC não se prende com a demora nas decisões, mas “com a identificação das respostas de dois magistrados em concreto", nomeadamente Carlos Alexandre e Ivo Rosa.
“O grande problema em torno do TCIC prende-se com uma identificação imediata de um determinado padrão de resposta de um juiz e de outro padrão com outro juiz”, analisou a ministra.
Para Francisca Van Dunem, é incontornável que seja feita uma análise sobre o funcionamento do tribunal central que tem a seu cargo os processos mais complexos e mediáticos.
“Esta matéria tem de ser avaliada, porque não é socialmente aceitável que continue a manter-se esta perceção, que é desgastante para o sistema de justiça”, frisou.
O presidente do STJ defendeu recentemente, em entrevista à Lusa, a extinção do TCIC, tribunal que considerou estar mal concebido desde a sua génese e propôs alterações à fase facultativa de instrução, que disse estar transformada num pré-julgamento.
Questionada sobre a morosidade processual, nomeadamente dos megaprocessos, a ministra reconheceu que “a lentidão é insuportável e esmagadoramente agressiva” e compreendeu que não seja “socialmente sustentável”, que um processo como a Operação Marquês ”por mais complexo que seja, demore sete anos até à instrução, talvez mais dois em recursos e outros tantos em julgamento”.
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