A zona da Movida do Porto, que concentra a maioria dos espaços de diversão noturna da cidade, tem desde 01 de março um novo regulamento, mas localmente continua a ser reclamado mais policiamento e tanto a Câmara como a Associação de Bares e Discotecas dizem-se disponíveis para pagar serviço gratificado, uma possibilidade afastada pelo ministro.

“Nós não devemos colocar a Polícia a ser remunerada por interesses particulares, nomeadamente no período noturno que é um período em que há níveis de ameaças e de riscos e em que há fluxos cuja natureza exige uma independência, uma isenção e uma imparcialidade a toda a prova”, afirmou o governante.

José Luís Carneiro disse aos jornalistas, em Bragança, à margem do aniversário do Comando Distrital da PSP, que acha que “foi uma boa decisão dos órgãos municipais do Porto” a aprovação do novo regulamento.

Para o ministro, esta decisão prova que “havia regras que podiam ser adotadas, que estão a ser adotadas” e que acredita “vão ter resultados muito positivos”.

Fora de questão para o ministra da Administração Interna está a possibilidade de a PSP ser paga por particulares, como acontece em serviços de futebol ou estabelecimentos comerciais, para reforçar a segurança na noite do Porto.

“Não podemos colocar a Polícia de Segurança Pública, que é uma polícia que tem uma função crucial de soberania do Estado, a ser remunerada por parte dos interesses privados, que têm, muito legitimamente, os seus negócios estabelecidos na vida noturna”, sublinhou.

O governante considerou que “não há um antagonismo” entre a posição do Governo e do município do Porto, realçando que “a cooperação com a Câmara Municipal do Porto tem sido muito construtiva e muito positiva".

Como exemplo da “boa relação de cooperação entre as instituições da Administração Central e as Instituições da Administração local” apontou a colocação por parte Ministério da Administração Interna (MAI), “no ano que passou, (de) mais 180 polícias no Comando Metropolitano do Porto” e “desses 50 foram dedicados exclusivamente a fazer policiamento de proximidade”.

“Mesmo em relação às áreas mais sensíveis da cidade, os níveis de patrulhamento, de detenções, de operações de prevenção criminal têm vindo a aumentar de um forma muito exponencial, o que mostra que as forças de segurança têm maior capacidade de resposta às exigências que têm vindo a ser colocadas”, acrescentou.