O organismo, segundo o Observador, sublinha que a falha “atrasou o auxílio à vítima”, mas conclui que não foi possível estabelecer uma relação direta entre esse atraso e a morte.

No relatório enviado ao Observador, a IGAS refere que, em situações de paragem cardiorrespiratória em doentes com mais de 90 anos, a taxa de sobrevivência é muito reduzida, sendo “provavelmente semelhante mesmo em condições otimizadas”.

O caso ocorreu a 4 de novembro, dia em que coincidiram a greve às horas extraordinárias dos técnicos do INEM e a greve da Função Pública. Segundo o comandante dos bombeiros voluntários de Matosinhos-Leça, a família da vítima tentou contactar o INEM durante cerca de 30 minutos, sem sucesso.

O relatório da IGAS foi remetido ao conselho diretivo do INEM, à Unidade Local de Saúde de Matosinhos, ao Ministério Público e ao gabinete da ministra da Saúde. Este é já o décimo relatório concluído entre os 12 casos de mortes em análise relacionados com a greve do INEM. Em dois deles, a inspeção considerou que as falhas no socorro tiveram uma relação direta com o desfecho fatal.