A confirmação de que não foi apanhado de surpresa foi dada pelo próprio Carlos Moedas, líder da autarquia lisboeta, em entrevista ao Observador. "Não fiquei surpreendido", disse.

Moedas teve uma “conversa informal” com Pedro Nuno Santos, à margem de uma inauguração de habitação social em Lisboa, em que ficou a par dos planos para o aeroporto de Lisboa anunciados esta semana pelo ministro e, entretanto, travados por Costa.

“Não tenho nada a esconder nem Pedro Nuno Santos terá a esconder. Se ele tinha essa solução, já a tinha há muito tempo quando me contou as linhas gerais”, adiantou Moedas.

O presidente da Câmara de Lisboa garante que “não sabia de detalhes", e uma vez que a conversa teve um “caráter informal", não informou oficialmente a autarquia.

Todavia, Moedas considera “inadmissível” o que aconteceu, com a decisão a ser anunciada dois dias antes do congresso do PSD em que Luís Montenegro assumirá a liderança do partido.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que no dia anterior apresentou esta proposta.

A solução apontada passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.