Não fez o percurso tradicional das mulheres que nasceram na sua altura e acredita que a auto-estima foi o que lhe permitiu sobreviver a desgostos. Contra a vontade da família, licenciou-se em economia. Foi a primeira mulher a ser admitida nos quadros técnicos do Banco de Portugal, tendo partilhado gabinete com Cavaco Silva. Divorciou-se antes do 25 de abril de 1974 e também decidiu ir pelo seu pé fazer terapia chocando quem o sabia. Ela nunca o escondeu, aliás, sempre disse que a terapia tinha sido uma forma de salvação. Escreveu mais de 20 livros, é mãe de dois filhos, Paulo e Miguel Portas, avó e uma amiga leal aos seus amigos.
Nestes 50 minutos de conversa com Paula Cosme Pinto e Patrícia Reis, a “Sacadura”, como era conhecida nos tempos de faculdade, revela que tem planos para o futuro, que gosta de congeminar o que vai fazer a seguir e que não perde a cabeça a pensar na idade, não só por ser uma mulher de fé, mas também por ser uma mulher pragmática. “Não tive tudo o que quis, mas tudo o que quis fazer, fiz. Queria fazer mais coisas, mas como ainda não morri, talvez as possa fazer. Quis estudar e continuo a estudar. Quis ser independente, e sou”.
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