“Agradecemos o apelo da União Europeia ao respeito pelos direitos fundamentais dos venezuelanos e o seu pedido de uma verificação independente dos resultados, com base nos registos de votação eleitoral que apresentamos e que credenciam a nossa vitória”, escreveu Urrutia, na rede social X (antigo Twitter), no domingo.
Horas antes, a UE disse, em comunicado, que “continua a acompanhar com grande preocupação” a situação na Venezuela e pede “uma maior verificação independente dos registos eleitorais” da votação do passado domingo, na que o atual Presidente foi declarado vencedor.
“Os relatórios das missões internacional de observação eleitoral afirmam claramente que as eleições presidenciais de 28 de julho não cumpriram as normas internacionais de integridade eleitoral”, afirmou um comunicado do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.
Segundo a UE, “apesar do seu próprio compromisso, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) ainda não publicou os registos oficiais de votação (“atas”) das mesas de voto. Sem provas que os apoiem, os resultados publicados em 02 de agosto pelo CNE não podem ser reconhecidos”.
“Qualquer tentativa de atrasar a publicação completa dos registos oficiais de votação apenas lançará mais dúvidas sobre a credibilidade dos resultados oficialmente publicados”, acrescenta.
No comunicado, Borrell sublinha que as cópias das votações publicadas pela oposição, e analisadas por várias organizações independentes, indicam que Edmundo González Urrutia, o candidato apoiado pela oposição, “seria o vencedor das eleições presidenciais por uma significativa maioria”.
“A União Europeia apela, pois, a uma nova verificação independente dos registos eleitorais, se possível por uma entidade de renome internacional”, defende.
O CNE ratificou na sexta-feira a vitória de Nicolás Maduro com 52% dos votos contra 43% de Edmundo Gonzalez Urrutia.
Na sequência da denúncia de fraude por parte da oposição, o país latino-americano tem sido palco de manifestações de protesto que, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, já resultaram na morte de 11 civis e na detenção de mais de duas mil pessoas.
“Neste momento crítico, é importante que as manifestações e os protestos se mantenham pacíficos. A União Europeia apela à calma e à contenção. As autoridades venezuelanas, incluindo as forças de segurança, devem respeitar plenamente os direitos humanos, nomeadamente a liberdade de expressão e de reunião”, alerta a UE.
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