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Nos últimos anos, o ecossistema de startups deixou de ser apenas uma tendência para se tornar uma parte real da economia portuguesa. E os números provam isso mesmo: hoje, cerca de 1% do PIB já vem destas empresas, segundo dados da Startup Portugal, em colaboração com o Informa DB.
É neste contexto que a Web Summit voltou para mais uma edição e que o novo episódio do The Next Big Idea tentou perceber o que mudou e para onde o ecossistema pode evoluir.
Uma década de transformação
Quando se revisitam os últimos dez anos, percebe-se que a mudança não está apenas nos números. Está na maturidade das ideias e na forma como o país se posiciona. Miguel Aguiar, Diretor Executivo da Startup Portugal, resume esta evolução dizendo que “se olharmos para trás e virmos a evolução desde 2016 até 2025, houve um crescimento enorme em termos de startups, ideias, modelos de negócio e, obviamente, investidores.” O volume de capital investido hoje, acrescenta, “não tem nada a ver com o que era há dez anos”.
Ao mesmo tempo, houve um reforço de visibilidade internacional. Gil Azevedo, Diretor Executivo da Unicorn Factory Lisboa, afirma que “a Web Summit tem tido um papel essencial para posicionar o ecossistema português a nível internacional”, permitindo que startups encontrem investidores e mercado num evento que, nesta edição, reúne “70 mil participantes”, um número que compara a “um estádio da Luz cheio de pessoas a falarem de tecnologia”.
Artur Pereira, Country Manager da Web Summit em Portugal e no Brasil, recorda que existe “um antes e um depois da Web Summit”, que trouxe milhares de pessoas do ecossistema internacional a Lisboa, desde investidores a empresas tecnológicas, criando uma semana em que o país se torna ponto de encontro global.
O país inteiro entra no mapa
A nova fase do ecossistema também se traduz numa distribuição mais equilibrada pelo território. Já não é uma conversa centrada em Lisboa e Porto. “Lisboa e Porto, somadas, já valem menos do que metade das startups em Portugal”, observa Miguel Aguiar. Para o responsável, isto permite “trazer inovação de todo o país”, do Minho a Trás os Montes, passando pelo Algarve e pelas ilhas. A este movimento juntam-se ainda nómadas digitais que “vieram para cá e estão a criar empresas”, muitas vezes começando por estadias temporárias e evoluindo para negócios fixos em Portugal.
Startups e grandes empresas: dois mundos que começam a falar
Com mais empresas, surgiu também a necessidade de aproximar dois universos com dinâmicas muito distintas: startups e grandes empresas. Eduardo Barroso, da PwC, descreve esta mudança dizendo que “cada vez mais as empresas consolidadas e as startups têm vindo a colaborar”, passando de um modelo baseado em presenças simbólicas para uma lógica de “provas de conceito em conjunto” e “co-criação de novos produtos”.
Esta aproximação tem desafios próprios. “São velocidades diferentes, linguagens diferentes, estruturas diferentes”, reconhece Gil Azevedo. Por isso, a Unicorn Factory Lisboa funciona muitas vezes como tradutora entre os dois lados, ajudando a criar pontes e a maximizar o trabalho conjunto. “As empresas portuguesas começam a ter departamentos de inovação muito fortes”, o que facilita esta colaboração e permite que as startups mostrem o valor das suas soluções dentro de organizações maiores.
No fecho do episódio, surge uma reflexão sobre o futuro. Para Eduardo Barroso, para que Portugal continue a afirmar-se como hub tecnológico, é essencial “apostar na inovação e no empreendedorismo” e garantir que existe quem consiga “olhar de forma transversal para o ecossistema”, ligando pontos entre tecnologias, necessidades e problemas concretos a resolver.
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