Iván Duque, de 42 anos, quer agregar ao Estado, o setor privado e a sociedade civil, deixando para trás a polarização política que marcou a sua eleição para suceder na Presidência a Juan Manuel santos, no passado dia 17 de junho.
Duque, membro do partido direitista Centro Democrático, tem a primeira vice-Presidente do país, Marta Lucía Ramírez, e como prometeu em sua campanha terá 50% do seu Governo composto por mulheres, que disse terem sido escolhidas pelas suas capacidades e não por sua afiliação política.
O próximo chefe de Estado colombiano quer criar um governo modernizador cujos pilares sejam, como explicou, “legalidade, empreendimento e equidade”, tendo como eixos transversais as infraestruturas, a inovação e a sustentabilidade ambiental.
Austeridade é a outra palavra-chave do discurso de Duque, que disse estar consciente da necessidade de reduzir o gasto público, sublinhando que haverá “responsabilidade no tratamento dos recursos públicos”.
Iván Duque tem ainda como desafio manter e continuar a aplicação do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) – antiga guerrilha de esquerda -, que foi assinado ainda no governo do seu antecessor Juan Manuel Santos.
O acordo firmado em novembro de 2016 com as FARC para por fim a meio século de conflito armado é o maior legado de Santos, mas a sua aplicação tem-se mostrado muito complexa, somado ao crescente número de dissidentes, o assassínio de ex-guerrilheiros e as diferenças internas daquela organização, que foi convertida em partido político, demonstram um panorama pouco promissor.
O novo Presidente tem ainda o desafio de realizar um pacto com o Exército de Libertação Nacional (ELN), guerrilha de inspiração marxista-leninista, que não chegou a acordo com Juan Manuel Santos para encerrar a sua atuação.
Para governar, Duque contará com uma bancada maioritária no Congresso depois de forjar alianças com vários partidos, nomeadamente o Partido Conservador, o Cambio Radical e o Partido Social de Unidade Nacional, tanto no Senado como na Câmara dos Deputados, que começaram as suas sessões a 20 de julho.
No entanto, esta aliança é frágil não só por causa do amplo leque de forças que a compõem, mas também porque Duque está determinado a avançar com uma agenda legislativa baseada em acordos sobre questões de interesse nacional, mas sem se comprometer em dar em troca cargos públicos ou contratos, muitas vezes porta de entrada para a corrupção.
Iván Duque nasceu a 01 de agosto de 1976, em Bogotá, no seio de uma família abastada.
A sua maior influência foi o seu pai, Iván Duque Escobar, político já falecido que pertencia ao Partido Liberal e foi governador do departamento de Antioquia (noroeste da Colômbia) e também ministro de Minas e Energia no Governo do Presidente Belisario Betancur (1982-1986).
Apesar disso, Duque entrou na política com o Centro Democrático – tendo como aliado o ex-Presidente Álvaro Uribe -, no qual fez a sua carreira meteórica que o levou, em quatro anos, de estrela ascendente no Senado a chefe de Governo da Colômbia.
Iván Duque foi apresentado como a renovação geracional da direita, tendo vencido as eleições presidenciais de 17 de junho com 10,3 milhões de votos.
O Presidente eleito estudou Direito na Universidade Sergio Arboleda, em Bogotá; e fez um mestrado em Direito Económico na American University e um outro em Gestão de Políticas Públicas na Universidade de Gerogetown, ambas nos Estados Unidos.
Grande parte da sua vida profissional decorreu nos Estados Unidos, já que foi conselheiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, por quase uma década.
Portugal está representado na cerimónia de posse pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
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