O papa falou aos jornalistas a bordo do seu avião, durante a viagem de regresso ao Vaticano após o périplo iniciado na Tailândia e que terminou hoje no Japão.
“Há Governos débeis, muito débeis, que não conseguiram manter a ordem e paz e é por isso que esta situação foi criada”, disse Francisco, depois de ser questionado sobre os protestos que estão a ocorrer em países como Chile, Colômbia, Bolívia ou Nicarágua.
Francisco destacou que, neste momento, “não há particulares declarações de paz na América Latina”.
Em relação ao Chile em concreto, o Papa Francisco defendeu que a situação “o assusta”.
“O país acaba de sair de um problema de abusos que tanto nos fez sofrer e agora há este problema que não entendemos. Mas o Chile está em chamas”, disse.
Sobre a possibilidade de o Vaticano poder mediar algumas dessas crises, o papa recordou que “a Venezuela já o havia pedido e que a Bolívia pediu algo semelhante”, e assegurou que a Santa Sé “estará sempre presente quando necessário”.
Relativamente aos protestos em Hong Kong, o papa lembrou que acontecimentos do mesmo género ocorrem em outras cidades, dando como exemplo o caso dos “coletes amarelos” em França.
“É conveniente relativizar as coisas e chamar ao diálogo, à paz, para que os problemas possam ser resolvidos”, salientou.
Sobre a energia nuclear, o papa Francisco defendeu que deve ser abandonada até que exista total certeza de que não vão ocorrer catástrofes.
“O uso de armas nucleares é imoral, assim como a posse de armas, porque um acidente ou a loucura de alguém pode destruir a Humanidade. A qualquer momento um acidente pode acontecer, e o Japão já o experimentou. O uso de energia nuclear está no limite, porque não conseguimos alcançar a segurança total”, afirmou.
O papa argentino também abordou o problema da mediação em conflitos e como as organizações internacionais ou as Nações Unidas “falham”.
Um dos problemas de que falou é a situação que ocorre no Conselho de Segurança da ONU, quando “todos votam sim, e um com direito de veto diz não, e qualquer mediação é interrompida”.
“Talvez as Nações Unidas devessem renunciar ao direito de veto de algumas nações no Conselho de Segurança. Não sou técnico nem perito nisto, mas é uma proposta. Seria bom se todos fossem iguais no equilíbrio global”, frisou.
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