Numa cerimónia simples no Parque da Paz, falando perante cerca de 200 pessoas, Francisco lembrou “o horror indescritível sofrido pelas vítimas” do atentado que deixou mais de um terço da cidade nipónica destruída.
Três dias depois da bomba nuclear que atingiu Hiroshima, causando 140 mil mortos, os Estados Unidos lançaram, a 9 de agosto de 1945, uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, levando ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Convencido de que um mundo sem armas nucleares “é possível e urgente”, o papa avisou os líderes políticos de que a posse de armas de destruição em massa não abre caminho para a paz e não protege das “atuais ameaças à segurança nacional e internacional”.
Francisco denunciou que o mundo vive “na dicotomia perversa de querer defender e garantir a estabilidade e a paz com base numa falsa segurança sustentada pelo medo e pela desconfiança, que acaba por envenenar as relações entre os povos e impedir qualquer possível diálogo”.
“Serão sempre escassas as tentativas de erguermos as nossas vozes contra a corrida ao armamento”, disse.
O apelo do papa Francisco chega numa altura em que os nove estados nucleares ainda possuem 13.865 armas deste tipo.
O novo tratado nuclear START, assinado pelos Estados Unidos e pela Rússia, expirará em 2021 e ainda não há planos para estender o acordo.
Por outro lado, os Estados Unidos e a Coreia do Norte continuam as negociações bilaterais sobre desnuclearização, ainda que com constantes paralisações.
Francisco também visitará Hiroshima hoje, no segundo dia da sua visita ao Japão.
Comentários