Os subscritores pedem a “revisão dos horários dos autocarros do concelho de Mafra para Lisboa, aumentando a sua frequência para que os passageiros consigam utilizar os transportes públicos”, refere a petição.
Segundo a petição, desde abril, com a redução do preço dos passes para 40 euros na Área Metropolitana de Lisboa (AML), o número de passageiros aumentou em Mafra, no distrito de Lisboa.
Contudo, “os muitos desdobramentos [de autocarros] não satisfazem as necessidades” e o “autocarro e respetivo desdobramento, juntos, não conseguem transportar todos os passageiros” que aguardam nas paragens.
“Os passageiros chegam a ver passar muitos autocarros consecutivos sem conseguir entrar. Por vezes, cinco a 10 minutos antes da partida do ponto de origem, o autocarro já está cheio”, detalham os subscritores.
O diretor da Mafrense, Nuno do Carmo, respondeu à Lusa com dados estatísticos que apontam para um aumento de passageiros de 100% na Ericeira e de 60% na Malveira e na Venda do Pinheiro, por comparação com há um ano.
Só hoje de manhã, a empresa fez 15 desdobramentos de oito autocarros e “levou todos os passageiros com tempos de espera reduzidos”, no período de ponta da manhã.
Carla Esteves, utente que entra no autocarro em Mafra, contra-argumentou, afirmando que, por o autocarro onde queria entrar ir lotado, teve hoje de ficar à espera pelos próximos.
“Devia ter entrado no trabalho às 11:00 e entrei às 11:45”, disse.
Em vez de demorarem 30 minutos (da Ericeira) ou 25 minutos da Malveira ou Venda do Pinheiro, os passageiros demoram entre 45 minutos a uma hora para chegarem a Lisboa.
Utentes e empresa confirmaram que a falta de autocarros acontece tanto no percurso entre Mafra e Lisboa, como em sentido contrário.
“O verão foi todo complicado e era previsível que, com o início do ano letivo, o serviço piorasse”, criticou Carla Esteves.
O presidente da Câmara de Mafra, Hélder Sousa Silva, que integra a Área Metropolitana de Lisboa, entidade que negociou o novo modelo de transportes com os operadores, disse à Lusa que autarquia está a par das queixas e confirmou que, desde o início do ano letivo, que a situação se tornou “preocupante”.
O autarca admitiu que “a procura excedeu largamente as expectativas e não é fácil ter, em curto prazo, autocarros e motoristas disponíveis” para fazer face a essa procura.
O município tem “interagido” com a AML e com a empresa Mafrense e “espera que a situação tenda a normalizar nos próximos meses”
O Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART) introduziu na AML e na Área Metropolitana do Porto um novo passe único, que entrou em vigor em abril, permitindo combinar viagens num único título que custa 30 euros se for de âmbito municipal e 40 no caso de abrangência metropolitana.
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