António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), considerou hoje em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, que com o impacto da pandemia não faz sentido continuar a manter a meta dos 750 euros de salário mínimo em 2023.

"Acho que o Governo tem de ter a lucidez de perceber a situação em que nos encontramos, a pandemia pela qual estamos a passar, a brutal recessão de receita que todos os tecidos e atividades económicas tiveram", começou por dizer.

Depois, sinalizou que nem todas as firmas se encontram no mesmo patamar, pois muitas empresas pagam como salário mínimo das suas tabelas acima dos 750 euros que o Governo quer atingir em 2023, além de que os 705 euros de aumento previstos, para outras, são manifestamente excessivos.

O presidente da CIP também revelou ser contra "qualquer aumento irracional". E por aumento irracional, António Saraiva explica que é todo aquele aumento que o Governo apresente sem "racionalidade económica", isto é, um salário que tenha em conta a receção económica, a inflação, os ganhos de produtividade — "fatores facilmente mensuráveis". Se estes parâmetros forem tidos em conta, considera ser possível negociar.