"Paz, solidariedade e confiança são as três palavras que melhor exprimem o que desejamos este Natal", começou por dizer o primeiro-ministro, tendo iniciado a sua mensagem tradicional com uma referência à guerra na Ucrânia e às suas consequências em todo o mundo.

"A paz é o que todos ansiamos desde que o horror da guerra regressou à Europa, com a invasão da Ucrânia pela Rússia", referiu. "Acompanhamos a dor e o sofrimento do povo ucraniano e batemo-nos lado a lado com a Ucrânia pela paz e em defesa do direito internacional", acrescentou.

"Deixo aqui uma palavra de carinho especial à comunidade ucraniana que vive em Portugal, aos que há vários anos contribuem dedicadamente para o nosso desenvolvimento, e aos que vieram nestes últimos meses à procura de segurança, disse. "A todos desejo que em Portugal encontrem o maior conforto possível neste momento de angústia e seguramente de saudade".

Já no que diz respeito à solidariedade, defende, este é, "mais do que nunca, o valor que nos deve guiar para enfrentar as consequências desta guerra", fazendo referência ao aumento da inflação, "que atingiu níveis que não vivíamos há três décadas", às taxas de juro, "que subiram para valores que os mais novos não conheciam", e à fatura da energia, "que cresceu tanto para as famílias como para as empresas".

"Solidariamente temos enfrentado estas dificuldades: famílias, empresas, instituições do setor social, autarquias, estado, estamos todos a lutar lado a lado para não deixar ninguém para trás, para proteger o emprego, para continuar a recuperar das feridas da pandemia, na economia, nas aprendizagens, na saúde, quer física, quer mental", enumerou.

Só com este sentido de "solidariedade é que temos conseguido continuar a aproximar-nos das economias mais desenvolvidas da Europa, com o investimento, as exportações e o emprego a crescerem. Temos por isso razões para ter confiança", defendeu o primeiro-ministro. "Confiança é o que o nosso país nos garante hoje com tanta incerteza que nos rodeia no cenário internacional, confiança no futuro pelo que estamos a fazer agora no presente".

É graças a essa "solidariedade que temos conseguido em conjunto enfrentar os desafios que os tempos nos colocam" e isso "dá-nos a confiança na mobilização de todos em torno dos desafios estratégicos que se colocam ao nosso país: reduzir as desigualdades, acudirmos à emergência climática, assegurarmos a transição digital e vencermos os desafios demográficos", enumerou.

O primeiro-ministro fez ainda referência "à trajetória sustentada de redução do défice e da dívida" que nos coloca "ao abrigo das turbulências do passado". A par, disso, "o investimento que temos feito nas qualificações, na ciência, na inovação e na transição energética e climática garante-nos que estamos no pelotão da frente para vencer os desafios do futuro", defendeu.

"É assim que podemos ter confiança que a nossa sociedade é capaz de garantir às novas gerações que aqui, em Portugal, terão a liberdade para seguir os seus sonhos e as oportunidades para construírem o seu futuro".

"Paz, solidariedade e confiança são as três mensagens que neste Natal de 2022 quero partilhar com todos os que vivem e trabalham em Portugal e com os portugueses que nos seguem de cada canto da nossa diáspora", concluiu.

Antes de se despedir, todavia, António Costa deixou uma palavra "de sincera gratidão a todos os profissionais civis ou militares que nesta noite asseguram o funcionamento de serviços essenciais, e uma palavra especial de afeto e conforto a todos aqueles que por vicissitudes da vida se encontram sós nesta quadra. A todos e todas um Feliz Natal e um bom Ano Novo".