“O PCP irá apresentar na AR um projeto de Lei para a retoma do controlo público sobre a Galp. [Mas] não temos grandes ilusões sobre o desfecho final. Os responsáveis do crime em curso certamente o quererão perpetuar”, disse o líder do PCP numa audição pública, em Sines.
Por “crime”, tinha antes especificado, os comunistas entendem a “apropriação” da empresa “pelos acionistas nacionais e estrangeiros”, que “noutros locais são chamados de oligarcas, mas que, por aqui, são empreendedores”, através do “processo de liberalização e privatização da Galp”.
Processo esse liderado pelos “grandes grupos económicos e os que estão ao seu serviço”, nomeadamente “o PS, o PSD e o CDS”, que o PCP levou a hoje “julgamento” na audição pública intitulada “Um instrumento estratégico para colocar ao serviço dos trabalhadores e do povo: Retomar o controlo público da Galp” e que teve um “veredicto simples de fazer”.
“Culpados! Culpados por um processo que prejudicou os trabalhadores, os consumidores, a economia nacional e o Estado português. Culpados de um crime económico que apenas foi útil a um pequeno grupo de pessoas que se apropriaram da empresa e dos seus gigantescos lucros”, sentenciou Paulo Raimundo.
A título de exemplo, o secretário-geral lembrou que “entre 2006 e 2016, a Galp distribuiu em dividendos mais 800 milhões de euros do que o Estado encaixou com a privatização” da empresa, a juntar a mais “2,2 milhões de euros distribuídos desde então”.
“Tudo somado, foram 3 mil milhões de euros que podiam estar a ser usados pelo Estado para investir no que faz falta, mas não, ficou tudo nas mãos dos ‘necessitados’ acionistas”, ironizou Paulo Raimundo.
Por isso, insistiu, “a retoma do controlo público da Galp” é “não só uma possibilidade”, como também “uma necessidade concreta a cada dia que passa”.
“Uma necessidade concreta que impõe o fim da liberalização dos combustíveis e da energia, o travão ao aumento de preços e à especulação. Esta é uma necessidade dos trabalhadores, das empresas, das famílias, dos patriotas, dos democratas, do povo português”, concluiu o líder dos comunistas.
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