A polícia alemã confirmou a morte, sem mais detalhes, de uma cidadã oriunda de Aquisgrán. O ministério das Relações Exteriores espanhol indicou que a vítima alemã tinha nacionalidade espanhola e italiana. "Trata-se de Jennifer García Scintu, de 29 anos, que também tinha nacionalidade italiana e alemã", informou o jornal La Vanguardia. O jornal El País informou que a jovem tinha viajado para os Estados Unidos com o seu marido quando foi ferida mortalmente no aeroporto. Na quinta-feira as autoridades de Aquisgrán disseram que entre as vítimas estava um casal do local, e a imprensa alemã noticiou que o marido estava ferido e que a mulher estava desaparecida. "O que sabemos é que Lars está em coma, gravemente ferido. Não sabemos nada de nossa sobrinha", disse na quinta-feira ao Bild o tio da jovem, Claudio Scintu. "A única coisa que podemos fazer é rezar. Eles queriam ir a Nova Iorque. Tinham organizado essa viagem um ano depois de seu casamento", acrescentou.
De acordo com o ministério holandês das Relações Exteriores, três vítimas holandesas foram identificadas. Seriam um irmão e uma irmã que viviam em Nova Iorque e uma mulher de Deventer, no centro da Holanda. De acordo com a emissora pública NOS, as vítimas são Alexander Pinczowski e a sua irmã Sascha Pinczowski, ambos com 21 anos, mortos quando estavam prestes a embarcar num voo para os Estados Unidos. A terceira vítima é Elita Weah, de 41 anos, que ia para o funeral de seu padrasto em Boston, nos Estados Unidos.
O gabinete dos Negócios Estrangeiros britânico confirmou também, nesta sexta-feira, a morte de David Dixon, de 51 anos, residente na Bélgica e que estava desaparecido desde os ataques. Em Paris, as autoridades também confirmaram a morte de um cidadão francês. Um homem chinês também está entre as vítimas dos ataques, adiantou a embaixada chinesa na Bélgica, sem dar mais detalhes. Além disso, dois americanos morreram nos ataques, enquanto outros continuam desaparecidos, segundo anunciou oficialmente o governo americano. "Podemos confirmar que dois cidadãos americanos morreram nos atentados de 22 de março", indicou uma porta-voz do departamento de Estado, Elizabeth Trudeau.
Longo processo de identificação
As mortes confirmadas ontem somam-se às vítimas já identificados até agora: a peruana Adelma Marina Ruiz Tapia, de 37 anos, morta no aeroporto onde estava com o seu marido belga e seus filhos gémeos, uma cidadã marroquina, cujo nome não foi divulgado e que morreu no metro, e pelo menos dois cidadãos belgas que também se encontram entre vítimas mortais do atentado no metro, respectivamente Olivier Delespesse, de 45 anos,um funcionário público da Federação de Valônia-Bruxelas, e Leopold Hecht, um estudante de direito de 20 anos da Universidade Saint-Louis de Bruxelas. A família de Leopold Hecht decidiu doar seus órgãos. "Sabemos que é uma decisão que ele teria gostado, mesmo que nunca tenha manifestado", declarou a mãe do jovem ao jornal La Libre Belgique.
O trabalho de identificação pode ainda demorar, advertiu na quinta-feira Michaël Jonniaux, porta-voz da polícia federal, porque se trata de uma "catástrofe aberta": não existe uma lista de pessoas que estavam no metro, como pode haver uma lista de passageiros para um acidente de avião, por exemplo. Outra dificuldade para os especialistas deve-se à violência das explosões, que tornou muitos corpos irreconhecíveis. Finalmente, as muitas nacionalidades envolvidas tornam mais difícil a recuperação de dados.
Como nos ataques terroristas de Paris, em novembro, os apelos por notícias se multiplicam nas redes sociais. No Facebook, os familiares de Aline Bastin procuram esta belga de 29 anos que estava na estação de metro no momento da explosão. Em situação idêntica está a família de Loubna Lafquiri. Para ajudar as famílias, o governo belga estabeleceu uma linha telefónica de emergência, 1771.
Entre os desaparecidos, está também Bart Migom, um estudante de 21 anos que deveria voar para os Estados Unidos para se encontrar com a namorada, Emily Eisenman. "Ele enviou-me uma mensagem no comboio para o aeroporto de Bruxelas. Deveria ter-me enviado uma foto de seu cartão de embarque, mas nunca o fez", declarou Emily a uma televisão americana. Apesar de a sua morte não ter sido anunciada oficialmente, o porta-voz da universidade de Bruges, onde o jovem estudava, confirmou-a ao jornal flamengo De Standaard. Além das 31 vítimas, os ataques no aeroporto e no metro de Bruxelas fizeram 300 feridos, entre portugueses, franceses, britânicos e marroquinos.
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