Em comunicado, a CNA afirma que participou na consulta pública do plano, cujo prazo termina hoje, defendendo que o documento “ignora a importância estratégica da agricultura familiar”.

“A visão é cega ao trabalho dos agricultores, dos produtores florestais e de todos os que, apesar de enormes dificuldades, contribuem para a alimentação das populações, para a defesa dos recursos nacionais e para a economia nacional, já que nunca refere o Estatuto da Agricultura Familiar e muito menos a sua urgente concretização, desvalorizando a importância de resposta a uma situação de eminente, mas ainda evitável, e grave crise económica e social”, afirma a CNA.

A confederação alerta ainda para “os baixos preços à produção e aumento dos preços ao consumidor, em especial no período de estado de emergência, para os cortes orçamentais (reais) no setor (Quadro Financeiro Plurianual (QFP)) e para a exiguidade das verbas previstas para o setor, no Fundo de Recuperação”.

“Esta situação contraria a necessidade de apoiar as organizações da lavoura e o movimento associativo/cooperativo, os circuitos curtos de comercialização, os jovens agricultores (em especial aos filhos dos pequenos e médios agricultores que asseguram a continuidade da atividade), apoios aos investimentos para pequenos armazenamentos de água, na remodelação e recuperação do regadio tradicional ou de outros pequenos regadios no país”, defende a confederação.

António Costa Silva apresentou em 21 de julho o documento elaborado a pedido do Governo intitulado "Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030", que servirá de base para o plano de recuperação cujo primeiro esboço será apresentado pelo Governo à Comissão Europeia em outubro.

O prazo de consulta pública termina hoje e fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro disse à Lusa que o balanço será feito no final do processo e depois de apurados todos os dados.