O motorista foi identificado como Mo Robinson, de 25 anos e residente na cidade de Portadown, localizada no condado de Armagh, na Irlanda do Norte, onde as buscas foram realizadas.
O jovem, que conduzia o camião, foi detido sob suspeita de homicídio, de acordo com a polícia britânica.
Faltando ainda detalhes sobre a forma como os 38 adultos e um adolescente ali chegaram, as autoridades já confirmaram que todas as vítimas eram de nacionalidade chinesa. A agência britânica de combate à criminalidade (National Crime Agency) acrescentou que está a trabalhar para identificar os “grupos de crime organizado que poderão estar envolvidos” no incidente.
Ainda que o camião tenha sido registado na Bulgária, o Governo búlgaro afirma que o veículo é propriedade de uma empresa detida por uma mulher de nacionalidade irlandesa.
Questionadas pela agência AFP, as autoridades escusaram-se a confirmar a operação.
Segundo as autoridades, o camião e o atrelado, que levava as pessoas, fizeram percursos diferentes antes de chegarem à área industrial em Grays, no condado de Essex, a cerca de trinta quilômetros de Londres.
A polícia britânica confirmou que o atrelado entrou no Reino Unido na noite de 22 de outubro às 00:30 (mesma hora em Lisboa) pelo porto de Purfleet, no rio Tamisa, procedente de Zeebruges, na Bélgica, enquanto o camião partiu da Irlanda do Norte.
A polícia britânica foi alertada pouco antes da 01:40 por serviços de emergência, que descobriram os cadáveres no parque industrial de Waterglade.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros búlgaro precisou que o camião da marca sueca Scania está registado na cidade portuária búlgara de Varna, junto ao Mar Negro, mas essa será a única ligação ao país, onde não há registo de passagem do veículo desde 2017.
O incidente, denunciado pelo primeiro-ministro britânico Boris Jonhson como “uma tragédia inimaginável”, voltou a motivar pedidos de combate ao tráfico humano.
Na quarta-feira, a polícia do condado de Kent descobriu nove pessoas vivas num camião numa estrada rodoviária no sudeste de Londres que foram, posteriormente, transferidos para serviços de imigração.
Um relatório sobre crime organizado feito pela agência britânica de combate à criminalidade (National Crime Agency) demonstrou que há um “foco maior” nos números crescentes de tráfico humano na Bélgica após o encerramento do campo para migrantes na cidade de Dunkirk em 2017.
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