Falando à imprensa em Varsóvia, Morawiecki reiterou a sua posição contra “os burocratas de Bruxelas e os seus verdadeiros chefes, que estão em Berlim”, que arranjaram um “plano insano” que “inundará Varsóvia com migrantes ilegais”.

“Em vez de resolver o problema da migração ilegal na sua origem, em vez de proteger as fronteiras da União Europeia, como faz a Polónia, que assegurou a fronteira com a Bielorrússia”, a UE está a tentar “abrir as fronteiras da Europa através de um plano na forma de um pacto migratório”, acusou o líder polaco.

Morawiecki afirmou que a UE “não tem em conta a segurança da Polónia” e atacou o líder da oposição e antigo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, antigo chefe de Governo da Polónia.

O primeiro-ministro polaco afirmou que, Tusk “quer promover um pacto juntamente com [Manfred] Weber [líder da o Partido Popular do Parlamento Europeu] para enganar os polacos”.

“Devemos permitir tiroteios nas ruas das cidades polacas? Devemos permitir ataques na Polónia e motins em cidades polacas para que o partido de Tusk e Weber mude a sua posição? Na próxima semana, no Conselho Europeu, direi isso claramente: “Não!”, afirmou Mateusz Morawiecki em declarações transmitidas pela televisão estatal.

Em junho, Varsóvia anunciou que vetaria a decisão de Bruxelas de realocar à força 120 mil migrantes por ano para países da UE ou fazer os países pagarem 20 mil euros por cada migrante que não receberem no seu território.

Em vez disso, Morawiecki propõe um “plano de fronteiras seguras” que incluiria a “reforma” da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira(Frontex) e o “aumento do orçamento de fundos para o desenvolvimento dos países que fazem fronteira com a União Europeia”.

O partido que governa a Polónia desde 2015, o conservador Lei e Justiça (PiS), convocou um referendo a realizar simultaneamente com as eleições de 15 de outubro, no qual vai perguntar aos polacos se apoiam “a admissão de milhares de migrantes ilegais provenientes do Médio Oriente e África, de acordo com o mecanismo de realocação forçada imposto pela burocracia europeia”.