"Neste dia [o último da campanha oficial], eu faço um apelo a toda a direita para que no domingo vá votar e possa resolver esta eleição à primeira volta, elegendo Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente de todos os portugueses", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.

Em declarações à agência Lusa na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa, o líder centrista destacou que as eleições presidenciais de domingo serão "cruciais para Portugal, dado que o país enfrenta o pior momento da pandemia de covid-19", e salientou que o CDS "está mais convicto do que nunca de que fez a escolha certa" ao apoiar a candidatura do atual Presidente da República.

Francisco Rodrigues dos Santos realçou que Marcelo "é humanista cristão, avesso a experimentalismos e radicalismos" e "o único candidato que coloca o interesse nacional acima dos interesses partidários".

Salientando que, ao longo do seu mandato, o chefe de Estado tem estado "próximo dos portugueses, sobretudo dos mais vulneráveis e daqueles que sofrem", o presidente do CDS-PP disse que, "nas maiores crises que o país enfrentou nos últimos cinco anos", Marcelo Rebelo de Sousa "soube erguer-se como um pilar moral e afetivo da nação".

O presidente democrata-cristão pediu também "à direita que não se deixe enganar por quem quer dividir" o espaço e a "família política" do CDS-PP, e advogou que "quem é do CDS não se pode rever em candidaturas que vivem centradas nos interesses individualistas e puramente partidários, e que se esquecem constantemente que há um país que sofre e que chora as suas perdas".

"Quem é do CDS não se pode rever em candidatos que querem dividir o país, colocar portugueses contra portugueses, ou em candidatos que, afirmando-se do nosso espaço político, não partilham dos mesmos valores que o CDS", defendeu igualmente.

Questionado sobre as estimativas que apontam para níveis muito elevados de abstenção, Rodrigues dos Santos admitiu que, se isso se verificar, "as contas para a eleição presidencial podem baralhar-se e naturalmente complicar uma eleição à primeira volta", justificando o apelo que deixou aos militantes e simpatizantes do partido de uma "adesão massiva do eleitorado apoiante de Marcelo Rebelo de Sousa".

"Eu acho que seria um péssimo sinal para o país termos de disputar uma segunda volta na circunstância em que nos encontramos, da pandemia, que é o momento mais grave que atravessamos desde que ela teve início, e onde se exigem todos os cuidados, precauções e cautelas para não agravar a circunstância da saúde pública no nosso país", alertou.

Sobre a organização do ato eleitoral, o presidente do CDS-PP ressalvou que o ministro da tutela, Eduardo Cabrita, "não inspira a confiança nem a credibilidade" por parte dos portugueses e instou a que "todas as medidas de segurança sejam acauteladas durante o exercício do direito de voto", para que a eleição "decorra com segurança e normalidade", insistindo que os membros das mesas de voto sejam testados para o novo coronavírus.

Francisco Rodrigues dos Santos considerou que a forma como decorreu o voto antecipado do último domingo, com os eleitores a terem de estar uma hora ou mais em grandes filas de espera, "foi o caos", mas salientou ter "uma réstia de esperança de que os portugueses não se sintam desmobilizados ou dissuadidos de exercer o seu direito de voto porque o Governo mais uma vez falhou na criação de um contexto favorável".

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral termina hoje, com o país a viver sob medidas restritivas devido à epidemia. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).