
Segundo uma nota do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, o condutor, que após uma fuga à polícia abalroou um agente que o perseguiu de moto, está indiciado pelos crimes de homicídio na forma tentada [na sequência do atropelamento] e omissão de auxílio à vítima, tendo sido detido na segunda-feira, pelas 10:45, na freguesia dos Olivais.
Na nota hoje divulgada, a PSP explica que durante uma operação de fiscalização rodoviária na Avenida Marechal Gomes da Costa encontrava-se em serviço um efetivo do trânsito que verificou que um condutor de um veículo ligeiro circulava “a grande velocidade, ziguezagueando por toda a extensão da artéria e efetuando mudanças bruscas de via, colocando em risco os demais condutores”.
Face a este comportamento, dois polícias da Esquadra de Motociclistas “iniciaram o seguimento do veículo, mantendo a devida distância de segurança e sinalizando a deslocação com sinais sonoros e luminosos para alertar os restantes utentes da via”.
“Durante todo o trajeto, constatou-se que o condutor efetuou uma condução perigosa, com manobras arriscadas – nomeadamente velocidade excessiva, condução em contramão e desrespeito da sinalização semafórica”, refere a PSP, acrescentando que, ao aproximar-se da zona do radar de velocidade, instalado junto ao Aeroporto de Lisboa, o condutor abrandou a marcha, altura em que um dos agentes se aproximou do veículo e indicou para que reduzisse a velocidade e parasse o mais à direita possível.
Segundo o relato da PSP, inicialmente o automobilista desacelerou e deslocou-se para a via da direita, mas, assim que verificou a ausência de outros veículos à frente, acelerou repentinamente, iniciando novamente a fuga.
A perseguição estendeu-se até à Avenida Marechal Gomes da Costa, atravessando as raias oblíquas que separam as vias, e fugiu para a Avenida do Brasil, mantendo alta velocidade e demonstrando total desrespeito pelas regras de trânsito, acrescenta a PSP.
Durante esse percurso, a PSP afirma que quase abalroou uma viatura de uma escola de condução que transitava na via da esquerda e foi forçado a seguir atrás de um veículo de mercadorias, o que lhe impediu de continuar a acelerar.
“Nesse intervalo, um dos polícias posicionou-se à frente dos veículos, na via da esquerda, junto à viatura de mercadorias, e reiterou a indicação para que o condutor abrandasse e parasse. Contudo, o suspeito voltou a ignorar as orientações, retomando a fuga em alta velocidade e abalroando o motociclo policial, projetando o agente pelo ar, fazendo-o cair alguns metros adiante, local onde permaneceu imobilizado” e “continuou a fuga”.
Do acidente resultaram ferimentos de gravidade considerável no polícia, nomeadamente fratura na coluna e no crânio, assim como lesões nos membros inferiores, encontrando-se ainda internado no Hospital de São José, em Lisboa.
A PSP relata que alguns metros mais à frente, o condutor continuou a fuga e a desrespeitar as regras do Código da Estrada e a sinalização semafórica, não parando, prosseguindo sempre a alta velocidade e ziguezagueando entre os veículos.
Acabou por embater na traseira de um carro que transitava na via da esquerda e entrar em despiste e imobilizar-se sobre o passeio”.
Após esse último embate, o veículo utilizado na fuga ficou imobilizado, forçando o condutor a fugir a pé, entrando nas instalações da RTP e, no interior, saltou para a zona de armazéns anexa e avistado pelos polícias, que através das comunicações rádio pediram auxílio e conseguiram detê-lo.
Já nas instalações policiais, o suspeito foi submetido ao teste de alcoolemia, acusando uma taxa de pelo menos 1,26 grs/l (valor considerado crime) e ao teste de despistagem para drogas, cujo resultado foi positivo para canábis, que após de testes hospitalares ao sangue totalizou 5,27 gramas.
Um segundo ocupante da viatura também se pôs em fuga, estando ainda a monte ao final do dia, mas alegadamente já identificado pela PSP.
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