O sistema Mobilidade Urbana de Viseu (MUV) arrancou na terça-feira, motivando críticas de utentes relativamente aos horários.

Almeida Henriques disse hoje aos jornalistas que alguns dos problemas que surgiram “já estão resolvidos” e se prendiam com “ajustamento de horários, porque há linhas novas que foram criadas e que as pessoas não têm perceção” de como utilizar.

Com a entrada em funcionamento do MUV, foram criadas três novas linhas: uma até à freguesia de Silgueiros e duas em circuito urbano (C1 e C2).

Segundo o autarca, é normal que surjam dúvidas, concretamente no que respeita à conciliação das linhas das freguesias com as duas linhas urbanas, cujas viaturas “estão permanentemente a circular”, a partir das 06:30.

Almeida Henriques reconheceu que houve algumas alterações “que não foram bem conseguidas, designadamente para conciliação dos transportes escolares”, que estão a ser corrigidas.

“Uma boa parte delas já estarão corrigidas, outras estamos a corrigir. A vantagem de hoje sermos autoridade de transporte é que temos possibilidade de o fazer”, frisou.

Questionado sobre o descontentamento dos motoristas dos autocarros com os horários de trabalho, Almeida Henriques esclareceu que essa é uma responsabilidade da empresa concessionária Berrelhas.

“Nós alargámos o leque de horários. Mas quando fizemos o concurso público internacional para o MUV ele tinha lá isso tudo contido”, frisou.

Neste âmbito, considera que a autarquia nada tem a ver com as relações laborais da Berrelhas, limitando-se a “acompanhar sem interferir”.

“A empresa tem que se organizar e definir quais são os horários de trabalho e os turnos”, afirmou Almeida Henriques, fazendo votos de que “a empresa normalize a sua relação com os trabalhadores”.

Segundo o Jornal do Centro, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal diz que a segurança dos motoristas dos autocarros do MUV está em causa devido aos horários estipulados pela empresa concessionária Berrelhas.

O jornal cita o sindicalista Hélder Borges, que exige que os horários sejam retificados, já que os atuais são “insuportáveis” para os motoristas.

“A empresa tem de respeitar os descansos que são obrigatórios por lei e os horários têm de ser compatíveis com o trânsito”, refere, acrescentando que os atuais horários do MUV não dão para cumprir e que os motoristas entram em stress no seu trabalho.