“A direção da Aprolep tomou hoje conhecimento, através da comunicação social, do anúncio de ‘300 milhões’ para apoiar investimentos na agricultura, onde se incluem cinco milhões (1,66%) especificamente para o setor leiteiro. Esse valor é claramente insuficiente para as necessidades do setor”, considerou a associação, em comunicado enviado às redações.

Em causa está o anúncio da aprovação de um conjunto de avisos no valor de 300 milhões de euros que serão lançados até ao fim do primeiro trimestre de 2022 com o objetivo de apoiar o setor agrícola.

“O principal objetivo é dotar os nossos agricultores da previsibilidade para, até final do ano e durante o primeiro trimestre, saberem qual é a dotação que vão ter disponível para os investimentos necessários para alavancar a nossa economia”, disse à Lusa a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.

Após a emissão destes avisos, os agricultores poderão apresentar as suas candidaturas a estas dotações a fundo perdido.

A Aprolep avisou também que “os produtores de leite não têm poupanças para pagar a parte do investimento que lhes compete” e considerou “muito arriscado recorrer ao crédito, uma vez que o preço do leite ao produtor não acompanhou o aumento dos custos de produção”.

“Estas ajudas agora anunciadas serão um presente envenenado, se não houver uma subida do preço do leite de cinco cêntimos, a curto prazo, e sobre isso não ouvimos uma palavra nem observamos qualquer ação por parte da ministra da Agricultura, para além da criação de uma subcomissão sobre os laticínios no âmbito da PARCA

, na qual, estranhamente, a nossa associação não foi convidada a participar”, acrescentou a associação.

Segundo a Aprolep, os produtores de leite precisam de fazer “avultados investimentos para tornar as empresas agrícolas mais eficientes”, através, por exemplo, do aumento da produção de forragens e, assim, reduzindo a utilização de rações e contribuindo para a redução da emissão de gases com efeito de estufa.