Desde março de 2022 que uma lei reconhece o "assédio escolar" como crime em França.

"Esperamos que esta professora perceba que cometeu erros com Evaëlle", declarou a advogada da família da aluna aos jornalistas. "A escola serve para ensinar, proteger, criar cidadãos num ambiente de calma e harmonia", disse.

Numa declaração enviada à AFP pela sua advogada, Marie Roumiantseva, a professora lembrou que não é "acusada da morte de Evaëlle", mas que foi acusada de "supostos atos de assédio moral", que nega.

A 21 de junho de 2019, o pai de Evaëlle encontrou a jovem enforcada na sua casa em Herblay, perto de Paris. Meses antes, a adolescente tinha tentado atear fogo à sua casa após uma separação amigável.

Durante uma sessão dedicada ao assédio escolar, a professora pediu aos alunos que comentassem o que os incomodava em Evaëlle, para que a jovem pudesse explicar-se depois. Mas a jovem começou a chorar e a professora, irritada, insistiu para que respondesse às perguntas.

Agora, a professora é acusada de ter "humilhado regularmente" a sua aluna diante da turma, de tê-la "isolado no fundo" da sala de aula e de ter "estigmatizado" a jovem "como vítima de assédio".

Isto provocou "uma degradação muito importante nas condições de vida" de Evaëlle, que "ficou cada vez mais isolada", segundo a juíza.

Desde 2021, a professora, de 62 anos, não pode dar aulas a menores e está obrigada a receber tratamento psicológico.

Também está a ser julgada por ter cometido assédio contra outros dois estudantes.