“Espero que haja bom senso e que o partido avance de imediato para eleições e que nem haja necessidade de haver uma moção de censura no Conselho Nacional”, defendeu Almeida Henriques, em declarações à Lusa.
Na sexta-feira, o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro manifestou disponibilidade para se candidatar à liderança e desafiou Rui Rio, que completa no domingo um ano de mandato, a convocar eleições diretas antecipadas de imediato.
O autarca afirmou que, apesar de ter apoiado Pedro Santana Lopes nas diretas de há um ano, esperou que Rui Rio conseguisse “unir o partido e mobilizar sociedade para projeto alternativo ao PS”.
“Ao longo deste ano, o que se verificou é que nada isso aconteceu, Rui Rio está cada vez mais distante do partido, da sociedade, dos autarcas”, criticou, considerando que o partido “está a trabalhar para ser segundo e não primeiro” nos próximos atos eleitorais.
Por essa razão, Almeida Henriques diz encarar como “um ato de grande coragem” a disponibilidade de Luís Montenegro para se candidatar à liderança do partido “numa fase difícil”.
“Estamos a falar de uma clarificação que não é tática, é política, e que permite que o partido possa encontrar uma solução nova e chegar a eleições europeias e legislativas com outra dinâmica”, afirmou, considerando que seria “irresponsável” sentir que o rumo do partido é errado e nada fazer.
“Ainda estamos a tempo de mudar a trajetória”, acrescentou.
Hernâni Dias, presidente da Câmara de Bragança, defendeu também à Lusa a necessidade de “uma clarificação” no PSD, mas sem querer falar, por enquanto, em nomes.
“Nesta altura, é necessário que se clarifiquem as coisas, houve um desafio, tem de haver uma clarificação para que se perceba o que os militantes podem esperar para o futuro”, defendeu.
Sobre a forma como deverá ser feita essa clarificação, o autarca social-democrata considera que “provavelmente terá de acontecer dando a voz aos militantes”, mas remeteu para a direção do partido a forma como poderia acontecer.
Questionado se Luís Montenegro seria a pessoa mais indicada para liderar o PSD, Hernâni Dias considerou que só depois de se perceber “como deve acontecer a clarificação” se poderá avaliar “quem tem melhores condições para estar à frente dos destinos do partido”.
Na sexta-feira, o presidente da distrital de Bragança do PSD, Jorge Fidalgo, tinha manifestado posição contrária e acusado os opositores internos de Rui Rio de incoerência, manifestando-se “absolutamente contra” eleições antecipadas.
“Estou absolutamente contra, acho extemporâneo, uma coisa sem qualquer sentido, porque tivemos um líder que vai fazer daqui a dois dias um ano que foi eleito e nessa altura houve oportunidade, para quem quisesse concorrer à liderança, de o ter feito”, disse à Lusa.
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