“As imagens que foram partilhadas recentemente envolvendo a agressão e as consequências sobre uma cidadã luso colombiana causaram grande consternação na opinião pública e no grupo parlamentar do PSD”, afirmou a vice-presidente da bancada do PSD Rubina Berardo, em declarações aos jornalistas no parlamento.

A deputada sublinhou “o choque” sentido na bancada do PSD depois de Nicol Quinayas, de 21 anos, nascida na Colômbia, ter sido violentamente agredida e insultada, na madrugada de domingo, no Porto, por um segurança da empresa 2045 a exercer funções de fiscalização para a STCP (Serviço de Transportes Coletivos do Porto).

“Quaisquer atitudes racistas nunca serão toleradas no nosso país nem atos de misoginia”, defendeu.

Quanto ao futuro, Rubina Berardo considerou que situações como esta são “um alerta”, defendendo ser “fundamental a aprovação das matérias da lei da segurança privada”, que o Governo tinha ficado de apresentar até ao verão.

Para a deputada, a nova legislação poderia prevenir “abusos como os que aconteceram este fim de semana”.

Questionada se o Ministério da Administração Interna deverá proceder a uma averiguação interna, uma vez que a PSP terá sido alertada para a agressão, a deputada do PSD respondeu afirmativamente.

Hoje ao final da manhã, o PS já tinha exigido ao Governo que atue junto das forças policiais para que haja consequências da agressão “racista” de que foi vítima a jovem colombiana e que a conclua rapidamente o diploma sobre segurança privada.

Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo líder parlamentar socialista, Carlos César, no final da reunião da bancada do PS.

Há dois dias, no parlamento, o ministro da Administração Interna assumiu a “responsabilidade política” pelo atraso em alguns meses do diploma com as alterações à lei da segurança privada, justificando a demora com a necessidade de incorporar novas matérias.

Eduardo Cabrita esclareceu que o processo está atrasado alguns meses porque o Governo decidiu que devia “incorporar novas questões” na lei, nomeadamente matérias relacionadas com a violência na noite e com o setor bancário.

O titular da pasta da Administração Interna previu que “a partir de 15 de setembro possa ser agendada” a discussão parlamentar da lei da segurança privada e lembrou que “o Estado vale quase metade da despesa em segurança privada”.

Em maio, Eduardo Cabrita disse que seriam apresentadas no parlamento, até ao verão, alterações legislativas para a segurança privada, a par de maior articulação operacional entre forças de segurança nas zonas de diversão noturna.