Hugo Soares falava na primeira ronda de perguntas dirigidas ao primeiro-ministro, depois de Luís Montenegro ter apresentado perante a Assembleia da República o Programa do Governo.
“Já percebemos que compromisso, diálogo e mudança é aquilo que o Programa do Governo apresenta. E bem sei que não é possível dialogar com quem não atende o telefone”, declarou o presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Uma alusão a um recente telefonema que terá sido feito pelo agora presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, ao líder do PS, mas que este não terá atendido.
“Quem é que ligou?”, ouviu-se Pedro Nuno Santos perguntar.
Mas Hugo Soares insistiu: “De facto, é impossível haver diálogo quando os telefones não se atendem”.
Para o presidente da bancada social-democrata, o início do debate sobre o Programa do Governo revelou “uma novidade no debate político em Portugal”.
“Pela primeira vez em Portugal, exigiu-se que se negociasse um Programa do Governo com os partidos da oposição. Nunca antes aconteceu tentar que se negociasse um programa com os partidos que perderam as eleições”, sustentou.
Hugo Soares disse depois que o Governo “sabe que não tem maioria parlamentar” e, por isso, irá dialogar “com todos os partidos”.
No entanto, de acordo com Hugo Soares, o PS “confunde arrogância com verdade e lealdade” e habituou-se a uma prática política caracterizada pela “habilidade” – aqui, uma referência ao ex-primeiro-ministro António Costa.
O presidente do Grupo Parlamentar do PSD contrapôs que a primeira missão do Governo e passará por traduzir os compromissos eleitorais em medidas concretas, advogando que será dessa forma que se reforçará a confiança nas instituições democráticas.
Em matéria de caminho político, acrescentou, o objetivo será “libertar os portugueses da asfixia dos impostos”, resolver questões urgentes no estado social, como na habitação ou saúde, e recuperar atrasos na execução dos fundos europeus, em particular no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e no Portugal 2030.
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