Num requerimento apresentado no parlamento e hoje divulgado, os social-democratas criticam a “degradação do serviço da CP no Algarve”, que se verifica, “em particular, no último ano e de forma mais aguda desde agosto”, com uma “inusitada frequência de supressão de comboios".

Também o Grupo Parlamentar do PCP já exigiu ao Governo esclarecimentos sobre os atrasos e supressões de comboios, alertando para a "necessidade urgente" de melhorar o material circulante antes da anunciada eletrificação da Linha do Algarve, cuja conclusão está prevista para 2021.

Em setembro último, o Bloco de Esquerda também realizou uma ação dedicada à ferrovia, em que criticou a organização dos meios de transporte rodoviários e ferroviários na região, acusando o atual Governo de "nada fazer", após vários anúncios de melhorias na Linha do Algarve.

Segundo dados avançados pelo PSD, hoje em comunicado, nos últimos 10 dias, foram registadas 36 supressões de comboios no Algarve, "em regra no troço entre Vila Real de Santo António e Faro”.

No total, segundo os social-democratas, que citam a CP, ocorreram 716 supressões desde o início deste ano.

Citado no comunicado, Cristóvão Norte, um dos deputados do PSD eleitos pelo círculo de Faro, considerou que “o modo ferroviário está subdesenvolvido na região” e qualificou como “chocantes os maus-tratos a que os utentes estão sujeitos”.

“Muitos comboios são suprimidos, sem aviso e sem alternativa, desestruturando a vida das pessoas e os seus direitos esmagados sem consideração. Pior, a CP não está a assegurar a alternativa rodoviária a que está obrigada, porque os autocarros de substituição não servem todas as estações e apeadeiros”, criticou o deputado algarvio.

Cristóvão Norte apontou Monte Gordo, Cacela, Conceição, Porta Nova, Luz, Livramento e Fuzeta como estações ou apeadeiros onde a alternativa não tem sido disponibilizada aos utentes quando são suprimidas composições e quando muitos deles têm passes mensais adquiridos.

“É assim que se suicida a ferrovia”, afirmou o parlamentar social-democrata, lamentando a “perda de confiança” dos utentes no serviço e a “falta de respeito” da empresa relativamente a quem necessita do transporte ferroviário, disse.

Cristóvão Norte disse prever que a situação “vai continuar a degradar-se”, porque “nada se fez para adquirir ou alugar comboios para suprir as falhas”.