A proposta foi anunciada pelo deputado Carlos Peixoto, do PSD, a meio de uma audição do general Rovisco Duarte, depois de o antigo CEME ter negado, por várias vezes, ter sido alvo de pressões por parte do Governo após o furto do material militar, em junho de 2017.
O parlamentar social-democrata justificou o pedido face aos depoimentos contraditórios entre Rovisco Duarte, hoje, e Faria Meneses, que se demitiu de comandante das Forças Terrestre do Exército, durante a sua audição na comissão, há duas semanas.
Carlos Peixoto recordou que Faria Meneses depôs na comissão que Rovisco lhe disse, por telefone, após o furto, ter sofrido pressões superiores para exonerar os cinco comandantes que tinham a responsabilidade da segurança dos paióis nacionais de Tancos e que, posteriormente, foram renomeados.
O PSD lembrou ainda que já foram feitas acareações no passado, nomeadamente na comissão parlamentar de inquérito a Camarate.
Numa intervenção posterior, Rovisco Duarte afirmou achar bem que se faça uma acareação, sem identificar Faria Meneses.
O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do crime.
A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades, vai decorrer até maio de 2019 e é prorrogável por mais 90 dias.
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