A moção vai ser apresentada ao executivo liderado pelo socialista Fernando Medina na quinta-feira, em reunião privada.

O documento, ao qual a agência Lusa teve hoje acesso, tem em vista a “criação de um grupo de trabalho que, no prazo de três meses, negoceie com o Turismo de Lisboa, a EGEAC [Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural], o Ministério da Cultura e as entidades gestoras dos monumentos e museus um bilhete único para os principais pontos de atração turística da cidade, ajustado a permanências de curta duração de uma noite”.

Para “permanências mais longas”, os sociais-democratas João Pedro Costa e Teresa Leal Coelho propõem que seja criado, também no prazo de três meses, “três bilhetes únicos temáticos para os museus e monumentos de Lisboa e dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa”.

“Além do bilhete único, Lisboa tem condições para oferecer bilhetes temáticos relacionados com a história da cidade, o fado, os descobrimentos, a época romana, entre outros exemplos”, refere a moção.

À Lusa, o vereador João Pedro Costa apontou que o objetivo desta proposta é “promover o turismo de qualidade em Lisboa, interessado pela cultura, favorecendo a sua circulação pela cidade e, com isso, o seu acesso aos demais pontos de interesse e ao comércio e serviços”.

“Queremos que a medida abranja a área metropolitana e não apenas o concelho”, disse, salientando que “Lisboa pode ser o motor de um desenvolvimento metropolitano integrado”.

No documento, os sociais-democratas lembram que “Lisboa é um dos destinos europeus com maior crescimento no número de turistas e que, em 2017, pernoitaram na capital portuguesa por uma noite quase cinco milhões de viajantes internacionais”.

“Lisboa teve um relevante o crescimento do chamado ‘turnaround’, ou seja, cruzeiros que partem ou chegam a Lisboa, realidade que só no mês de outubro contabilizou cerca de 20 mil turistas e tem como principal vantagem implicar pelo menos uma pernoita na cidade”, acrescentam.

Os vereadores do PSD registam também que, “além da hotelaria e da restauração, o turismo cria valor em monumentos e locais emblemáticos da cidade, como é visível no Castelo de S. Jorge, que tem registado uma subida constante na bilheteira e conta com cerca de dois milhões de visitantes por ano”.

Assim, “sendo curto o tempo de permanência média dos turistas em Lisboa, é importante criar instrumentos que favoreçam a sua circulação pela cidade e pelos concelhos limítrofes, fomentando a mobilidade e o acesso à oferta de comércio e serviços, de modo a tirar maior partido da sua passagem pela cidade”.

O PSD considera que, apesar de Lisboa ter “dezenas de museus e monumentos com capacidade de atração”, carece de “um roteiro que favoreça a circulação entre eles”.

Como exemplos de bilhetes usados noutros “países europeus com fluxos turísticos elevados”, os eleitos referem opções oferecidas pelas cidades de Florença (85 euros), Paris (entre 48 e 74 euros) ou Amesterdão (entre 32 e 55 euros).

Os vereadores vincam que “os bilhetes únicos oferecem ainda a vantagem aos utilizadores de passagem à frente nas filas das bilheteiras e muitos incluem o acesso a redes de internet e a transportes de acesso”.