“Comunicamos que Pedro Santana Lopes participará, sem mais, nos debates para os quais seja convidado pelos canais de televisão e nas datas que ficarem estabelecidas. Quem entender recusar algum desses convites deverá explicar o motivo para que seja afastada a solução que nos parece mais equilibrada”, refere a candidatura de Santana Lopes em comunicado, reiterando que essa solução passaria por debates nas três televisões generalistas ou, pelo menos, cuja organização envolvesse os três canais.

À Lusa fonte da candidatura do antigo primeiro-ministro precisou que Santana Lopes recebeu e aceitou o convite da RTP para um debate a 04 de janeiro, da mesma forma que está aceite o da TVI, indicativamente agendado para a primeira semana de 2018. Santana Lopes tinha também aceitado o debate proposto pela SIC para 12 de dezembro, cuja data foi ultrapassada por não haver consenso entre os dois candidatos, dizendo-se disponível para a nova data que esta estação de televisão indicar.

A 13 de dezembro, o candidato à liderança do PSD Rui Rio informou estar disponível para fazer os dois debates que considera terem sido acordados com o seu adversário, um na RTP e outro na TVI, e considerou “o caso encerrado”.

Em entrevista ao DN e TSF, publicada no domingo, o antigo autarca do Porto acusou Santana Lopes de "fazer as mesmas trapalhadas que fazia em 2004", referindo-se à polémica dos debates entre ambos.

“Os objetivos são claros. Para além do insulto, essa candidatura pretende atribuir a responsabilidade pela não realização de debates a Pedro Santana Lopes, o que é inaceitável”, respondeu hoje a candidatura de Santana.

Santana Lopes, na apresentação da sua candidatura, a 22 de outubro, sugeriu que as várias distritais do PSD pudessem organizar frente a frentes entre os candidatos, o que no limite daria 21 debates e foi recusado por Rui Rio.

Mais tarde, Santana enviou uma carta a Rio sobre esta temática e as duas candidaturas dialogaram durante algumas semanas para encontrar uma “solução consensual”.

Para a candidatura do ex-provedor da Santa Casa de Lisboa, “esse consenso só não foi alcançado porque a candidatura de Rui Rio insiste na realização de apenas dois debates com a intenção clara de excluir um canal televisivo”, neste caso a SIC.

Santana Lopes considera também encerrado o assunto dos debates, sublinhando-se no comunicado que “este lamentável debate sobre debates acaba hoje”.

Um dia depois de ter apresentado a proposta de programa ”Um Portugal em Ideias”, a candidatura de Santana Lopes reitera “a necessidade de se realizarem debates elevados em torno dessas medidas” e diz aguardar “a apresentação da moção ou programa por parte da outra candidatura”

“Os debates constituem uma manifestação de respeito e exercício pleno da democracia, pelo que o mais importante é garantir que aconteçam de modo a que os militantes possam decidir, conhecendo as posições de cada um dos candidatos”, defende.

O PSD escolherá o seu próximo presidente em 13 de janeiro em eleições diretas, com Congresso em Lisboa entre 16 e 18 de fevereiro.

Até agora, anunciaram-se como candidatos à liderança do PSD o antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio e o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.