A instalação do sistema de defesa antimíssil está a provocar fortes protestos da República Popular da China.
O potente radar de banda X é um componente essencial do sistema que Seul e Washington querem implementar, mas que está a ser criticado por Pequim por recear que venha a ser utilizado para a obtenção de informações sobre bases chinesas na zona de fronteira com a Coreia do Norte.
O dispositivo de deteção vai começar a ser instalado durante o corrente mês na zona de Seongju, no centro do país, a cerca de 300 quilómetros a sudeste de Seul para realizar “testes operacionais”, disseram fontes do Exército sul-coreano à agência Yonhap.
A montagem do radar vai decorrer durante as próximas semanas e prevê-se esteja funcional no final de abril.
Na terça-feira, os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos anunciaram a chegada a território sul-coreano dos primeiros componentes do Sistema de Defesa Terminal de Área a Grande Altitude (THAAD, na sigla em inglês), no quadro das decisões tomadas pelos dois países em julho de 2016.
Aos primeiros componentes, dois lança mísseis e o radar, vão mais tarde adicionar-se os restantes elementos do sistema que vão ficar inicialmente na base aérea de Osan (70 quilómetros de Seul), para depois serem instalados em Seongju.
O início da montagem do sistema coincide com o lançamento efetuado na segunda-feira pela Coreia do Norte de quatro mísseis balísticos que atingiram o Mar do Japão.
Os ensaios de Pyongyang são vistos como uma resposta do regime norte-coreano contra as manobras militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul no Paralelo 38.
A instalação do THAAD tem sido especialmente criticada pelo governo da República Popular da China que já decidiu proceder ao boicote às empresas de turismo sul-coreanas, assim como aos produtos comerciais da Coreia do Sul.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Wang Yi, sublinhou hoje numa conferência de imprensa em Pequim que a instalação do THAAD é uma decisão errada sendo que já na semana passada a China afirmava que o país iria adotar as medidas “necessárias” para proteção dos interesses nacionais.
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