"Não posso dizer o que penso sobre a precariedade no ensino superior", disse Cruz Serra, desculpando-se com o Presidente da República, que participava igualmente na sessão solene de enceramento do Dia da Universidade de Lisboa, que decorreu na reitoria.

A afirmação do reitor foi apupada por cerca de duas dezenas de bolseiros de investigação científica que, a um canto da sala e de pé, protestaram contra a sua precariedade laboral envergando t-shirts pretas.

Cruz Serra limitou-se numa curta intervenção a fazer agradecimentos.

Só após a sessão, e depois de o Presidente da República ter ido embora, o reitor da Universidade de Lisboa referiu, em declarações aos jornalistas, que "sempre se debateu contra a precariedade no ensino superior", sustentando que "o maior problema é o envelhecimento do corpo docente".

Apesar de criticar a legislação de estímulo ao emprego científico em vigor, por substituir bolsas de formação de pós-doutoramento por contratos a termo, António Cruz Serra reafirmou que vai usá-la para "reforçar o corpo docente", uma possibilidade que a própria lei prevê.

Lembrando o princípio de autonomia das instituições de ensino superior, o reitor vincou que são as universidades que decidem se abre ou não concursos para recrutamento de docentes ou investigadores.