“Após a greve realizada nos dias 1, 2 e 3 de abril, onde, indubitavelmente, os tripulantes demonstraram a sua insatisfação à empresa, havia a expectativa que a easyJet entendesse as dificuldades vividas pelos seus trabalhadores e a emergência social vivida, sobretudo na base de Faro”, lê-se no comunicado enviado aos associados, na sequência da reunião de negociações da passada quarta-feira.
Segundo salienta, “entre o fim da greve e o dia de hoje [quarta-feira], o SNPVAC deu várias oportunidades de aproximação entre as duas posições, que por natureza são antagónicas, mas deveriam visar o mesmo objetivo: paz social, condições de trabalho dignas, crescimento da empresa e dos tripulantes”.
Contudo, diz, “tal não foi, infelizmente, possível” e “a easyJet continua a considerar os tripulantes das bases portuguesas trabalhadores menores, perpetuando” a sua “precarização e discriminação relativamente aos colegas de outros países”.
Decorridos mais de cinco meses desde o início das negociações do novo Acordo de Empresa, o sindicato acusa a companhia de “manipulação nas propostas apresentadas, apenas com uma realocação de valores”: “Não existe vontade real em fazer progredir esta negociação e, mais uma vez, a empresa demonstra que ‘quer pagar para ver'”, sustenta.
Neste contexto, e embora esteja marcada uma nova reunião para o dia 03 de maio, o SNPVAC “decidiu apresentar novo pré-aviso de greve, com data a designar”.
De forma a “melhor explicar o processo e as razões que levaram a esta decisão”, o sindicato irá realizar reuniões com os associados da easyJet nas três bases portuguesas da companhia: em Faro no dia 02 de maio (às 11:00), no Porto nos dias 4 (às 16:30) e 5 (às 11:00) e em Lisboa no dia 12 (às 11:00 e às 14:30).
“Este passo não é dado de ânimo leve. Temos a razão do nosso lado e a total convicção que a nossa reivindicação é justa. Antecipamos um verão bem quente, pois a empresa continua a desconsiderar os tripulantes”, remata o sindicato.
A greve dos tripulantes de cabine da easyJet nos passados dias 01, 02 e 03 cancelou 220 voos, segundo anunciou, na altura, fonte oficial do SNPVAC.
Segundo a fonte, a transportadora aérea tinha programado 276 voos, tendo sido estipulados 52 voos a título de serviços mínimos.
“Assim, nestes três dias foram cancelados 220 voos, tendo sido efetuados apenas quatro voos. Estes quatro voos foram efetuados por chefias da easyJet que têm licença para voar”, destacou.
Segundo o SNPVAC, “excluindo estes quatro voos, em que a tripulação dos aviões é composta por chefias da easyJet com licença para voar, a greve teve uma adesão de 100%”.
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