Num comunicado hoje divulgado, o SJ “condena e lamenta as ameaças de que foi alvo pelo menos um jornalista, em serviço para o Observador, durante o protesto dos empresários da restauração, este sábado, no Rossio, em Lisboa, conforme é noticiado na pagina online deste órgão de comunicação social”.

Segundo o Observador, uma das equipas daquele jornal ‘online’ e rádio que estava na manifestação “foi ameaçada por manifestantes e teve de ser retirada do local, segundos depois de um dos dinamizadores do protesto ter criticado uma notícia dada pelo Observador, que referia a presença de 200 pessoas na manifestação, e que estava desatualizada”.

“Pouco depois daquela crítica ao Observador feita a partir do palco, uma dezena de manifestantes correram irados em direção à equipa da Rádio Observador, facilmente identificada pelo microfone. Perante a ameaça de agressão iminente, a PSP retirou a nossa equipa do local, para garantir a sua segurança”, relata aquele jornal, acrescentando que “outros jornalistas presentes no Rossio também foram alvo de ameaças de agressão por parte dos manifestantes”.

O SJ “insta a direção do Observador a agir em conformidade, ou seja, a apresentar queixa às autoridades competentes na defesa do jornalista”.

Além disso, o sindicato espera que a PSP, “apesar de ter assegurado a integridade física do jornalista, atue em conformidade em relação a quem ameaça, na medida em que este episódio configura um crime público”.

O SJ defende ainda que as imagens, divulgadas pelos canais de televisão e sites de órgãos de comunicação social, “de ameaça e insulto aos jornalistas que estavam no Rossio a fazer a cobertura da manifestação são ainda suficientes para que o Ministério Público abra um inquérito para apurar responsabilidades”.

O sindicato “apresentará queixa, por considerar que estes atos não podem ficar sem repreensão”.

“Vivemos todos tempos difíceis, mas a insegurança ou a revolta não podem justificar nunca ameaças aos jornalistas, que estão no desempenho da sua missão de informar. De resto, não fossem os jornalistas e os protestos não teriam eco na população”, salienta.